quinta-feira, 11 de junho de 2015

SERÁ QUE REALMENTE SABEMOS QUEM É A POLÍCIA? - EXCELENTE ARTIGO QUE VALE A PENA SER LIDO.

Cabo Zanuto e Cabo Albuquerque com o Benjamin, uma criança que confia na Polícia

Certo dia, após ver e ler tantos textos culpando ou acusando um policial no exercício de sua tarefa, confesso que cansei! E não estou questionando se a mídia apenas fez o seu papel e relatou o fato ou se o policial, efetivamente, estava errado. Minha “indignação” era ler apenas textos sobre isso, como se o trabalho da Polícia ficasse restrito ao fato ruim. Percebi que estava faltando algo, faltava a “voz” do policial. Procurei textos que mostrassem algo positivo dessa profissão honrosa. Ao deparar-me com ações positivas, pensei: será que eu realmente conheço a Polícia? Pois bem, passados poucos dias meu filho começou a fazer perguntas sobre a Polícia. A princípio achei estranho porque ele não tem influência da mídia (filmes, novelas, etc), apenas acesso a poucos desenhos ou filme infantil.  Até que ele disse:

– Mamãe a polícia é legal?

– Sim, filho. Por que?

– Eu gosto da polícia!

– Mas por que você gosta? Onde aprendeu sobre isso?

– A polícia prendeu o McQueen (personagem do filme “Carros” da Disney) porque ele fez coisa errada.

– E você gostou da polícia por isso?

 – Sim, mamãe. A polícia é legal. Ela não gosta de coisa errada. 

Ainda pensativo, disparou:

– Ô mamãe, eu posso ver a polícia? Pode mamãe?

– Ah, pode! Só não sei se vai dar certo. Eles podem estar muito ocupados, mas vou tentar, ok?

– Obrigado, mamãe.

Ao fim desse breve bate papo, encerrado com muito carinho, fiquei pensando em como chegaria na delegacia e pediria para realizarem o “sonho” do meu garoto. Pareceu-me, naquele momento, a coisa mais tola a se fazer. Porém, não tinha escolhas; eu prometi que tentaria. E lá fomos nós (eu, meu marido e nosso filho).

Ao chegar no Batalhão, perguntei para dois policiais se eles podiam me ajudar. Expliquei que meu filho estava no carro e pediu para conhecer a Polícia. Imediatamente – eu disse: IMEDIATAMENTE – antes que terminasse de concluir, os dois disseram:

– Com certeza!

– Cadê o garoto?

– Vamos lá…


E eles foram até o carro e receberam meu filho com tanto apreço! Se eu não tivesse ido teria perdido a chance de ver o sorriso no rostinho lindo do meu filho, Benjamin. Ao ver a total satisfação dele percebi que talvez eu não conhecesse a Polícia tão bem assim. Eu cresci aprendendo a admirar o trabalho do policial, a respeitar o profissional que por diversas vezes arrisca a própria vida para salvar o próximo. E em meio a tantas notícias e críticas, deixei com que essa admiração ficasse um pouco “esquecida”. Porém, com a experiência que tive com meu filho, em que ele era apenas o coadjuvante da cena, pude vê-lo tornar-se o principal – apenas porque aqueles policiais tiraram a luz de si próprios e focaram na criança. Que hombridade! Enquanto muitos pais amedrontam seus filhos, acusando indevidamente a Polícia, ou ameaçando-os dizendo “a Polícia vai te pegar”, eu tomei uma decisão diferente! Escolhi ensinar ao meu filho que ele pode confiar na Polícia. Que ele deve pedir ajuda sempre que necessário.

E para ter a certeza de que estava certa em minha decisão, e que tudo não passava de um “conto de fadas”, voltei para conversar com os dois homens que realizaram o desejo sincero de uma simples criança. Quem são eles? Permita-me apresentá-los: Cabo Zanuto e Cabo Albuquerque, de Marília-SP.

Há mais de 15 anos eles optaram por cuidar do próximo, proteger, orientar e acolher. E é claro que prender o indivíduo e entregá-lo à justiça também faz parte do trabalho. Mas durante a entrevista, entre tantos relatos importantes que ouvi, quero destacar este: ao relembrar as lutas e bênçãos na carreira, eles compartilharam a ocorrência que marcou suas vidas. Curiosamente, nenhuma delas está relacionada à agressão, apreensão, corrupção, tiroteio, ou qualquer outro assunto que parecem definir o policial para muitas pessoas. Entre os momentos especiais de suas carreiras, está a oportunidade singular de salvar vidas!

Para o Cabo Zanuto, quando ainda estava em São Paulo, Capital, atender uma mulher em trabalho de parto, dentro da residência e conduzi-la até o hospital foi memorável. “Quando recebemos o chamado, fomos informados que o Samu estava com dificuldades de chegar até o local de difícil acesso. A gente correu todos os riscos entrando na comunidade, mas transportamos aquela mulher (em cima de uma cadeira), carregamos ela nos braços até chegar na viatura do Samu. Depois seguimos para o hospital. A Polícia cuida das pessoas”, disse Zanuto.

Já o Cabo Albuquerque relembrou de uma mulher que estava prestes a cometer suicídio! A família dela, muito aflita, chamou a Polícia. Enquanto várias pessoas tentavam acalmar aquela mulher, que estava com uma corda no pescoço e prestes a saltar da cadeira, Albuquerque pensou na seguinte estratégia: “Fiz sinal aos policiais e dei a volta na casa para tentar entrar pelos fundos, assim a senhora não iria me ver. Era algo arriscado, mas eu acreditava que podia salvar aquela vida. Este é o meu trabalho. Aos poucos, sem que ela percebesse, enquanto os policiais conversavam com ela, eu chegava mais perto. E de repente, ela saltou, pulou da cadeira. Mas eu estava bem ali, atrás dela e pude salvá-la”. Este fato rendeu a ele a Láurea do Mérito Pessoal. Trata-se do reconhecimento da Instituição em função da qualidade da prestação do serviço do Policial Militar.

Quando realizamos o desejo sincero de uma criança, toda a sua felicidade se volta para nós, como demonstrou Benjamin ao abraçar o Cabo Zanuto

Depois de ouvi-los, voltei para casa e indaguei: de quantas críticas se faz uma Polícia? Quanto tempo perderemos tentando “tirar o cisco do olho deles” enquanto não vemos a “trave” que está no nosso? Será que realmente sabemos quem são eles ou o que precisam suportar para servir 24 horas? Não sei para vocês, queridos leitores, mas para a nossa família eles são como anjos que usam uniforme, e ainda conseguem realizar os mais simples sonhos ou colaborar para o principal anseio de todos nós: viver melhor e em segurança!

Fonte:  www.karinajornalista.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário