quarta-feira, 10 de agosto de 2011

FALTA DE COMBUSTÍVEL PREJUDICA POLICIAMENTO.

Um impasse entre a BR Distribuidora, ligada à Petrobras, e o governo estadual prejudicou o policiamento de rua deste final de semana em Aracaju e cidades da região metropolitana. Entre a manhã de sábado e a tarde de ontem, faltou combustível para as quase todas as viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil, que foi obrigada a se deslocar para postos de abastecimento do governo nas cidades de Japaratuba (Vale do Cotinguiba) e Itabaiana (agreste do estado). Houve desabastecimento nos três postos da capital exclusivos para a frota do governo: o do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), no Bairro América (zona oeste), o do Departamento de Estradas e Rodagem de Sergipe (DER), na Avenida Maranhão (zona oeste) e o da Secretaria Estadual de Educação (Seed), no Distrito Industrial (zona sul).

A situação veio à tona na manhã de sábado, quando policiais militares telefonaram para emissoras de rádio da capital para reclamar que foram abastecer as viaturas nos postos citados e ouviram a informação de que não havia combustível. A situação prolongou durante o domingo e os militares fora autorizados a ir abastecer os carros no interior do estado. Durante o tempo gasto na viagem para essas cidades, o serviço ficou atrapalhado, com um buraco, porque menos viaturas ficaram na capital fazendo a segurança da população. É lamentável que ela tenha que pagar o pato por conta da falta de compromisso dos gestores públicos, protestou o sargento Jorge Vieira, da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese).

De acordo com a associação, as principais unidades da PM prejudicadas foram a Companhia de Policiamento de Radiopatrulha (CPRp), o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), o Grupamento Especial Tático de Ações com Motos (Getam) e os três Batalhões de Polícia Comunitária (BPCom´s) da Grande Aracaju. O comando da PM e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) asseguram que não houve problemas na prestação do serviço de policiamento durante a crise no fornecimento de combustível.
A situação, aliás, não ficou restrita à Segurança Pública: servidores de outras repartições, a exemplo do DER, da Seed e da Secretaria de Estado da Saúde ficaram com os carros parados nas sedes dos órgãos, igualmente por falta de combustível. O problema foi sentido principalmente durante a manhã de ontem, com a volta do funcionamento dos serviços públicos não essenciais. O abastecimento só voltou a ser normalizado no meio da tarde de ontem, quando os postos do governo foram reabastecidos por caminhões da BR Distribuidora.

Explicações - O governo do Estado se explicou por meio da Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), responsável pelo contrato específico que trata do abastecimento dos carros. O secretário José de Oliveira Júnior alegou uma falha da BR no fornecimento da cota de mais de 10 mil litros de combustível, suficiente para este final de semana. A cota deveria ser entregue até a manhã de sábado, o que não aconteceu. Temos um contrato de compra de combustível no atacado. Ele prevê que o fornecedor deve repor o nosso estoque em prazos de 24 horas. A BR recebeu a ordem de fornecimento na sexta-feira, mas infelizmente ela não cumpriu o prazo previsto no contrato, disse Oliveira.

O secretário disse também que a crise nos postos do governo foi contornada por meio de compra a varejo, isto é, o abastecimento em postos de gasolina comuns, abertos ao público. Alguns destes postos mantêm contratos que permitem o atendimento a veículos da frota do governo. Segundo a Seplag, 65 postos comuns estão cadastrados em todo o estado.

Já a BR Distribuidora, em nota divulgada ontem à noite no telejornal da TV Sergipe, também garantiu que a entrega de combustível ao governo estadual já foi normalizada, mas cita que o desabastecimento aconteceu porque a nota de empenho expedida pela Seplag só foi recebida na tarde de sexta-feira. A suspensão ocorrida na sexta-feira foi de caráter pontual e se deveu ao trâmite necessário à liberação manual do pedido (...). No fim de semana, não há expediente na Base de Distribuição de Aracaju (BACAJ), diz a BR.

A estatal afirmou ainda que o governo tem uma dívida de cerca de R$ 1,9 milhão com a Petrobras Distribuidora, referente a combustíveis, que impede a liberação automática das entregas. Cita também que uma reunião será marcada entre as partes para equacionamento desse processo e eventuais pendências, indicando que entre elas, está o pagamento da dívida alegada. (Com ASN e TV Sergipe)

Fonte: Jornal do Dia (Gabriel Damásio)

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