quarta-feira, 30 de abril de 2025

BOPE DA PMSE: A TRAJETÓRIA DE CORAGEM E MISSÃO QUE MOLDOU A SEGURANÇA EM SERGIPE.







Em um relato emocionante e inédito, os policiais militares Diego da Silva Santos e Nayara Vieira de Moraes resgataram a história das Operações Especiais em Sergipe, desde seus primórdios até os dias atuais. O artigo científico, intitulado “Breve Relato das Operações Especiais em Sergipe: O Resgate de uma História”, publicado em uma revista digital especializada, revela os desafios, conquistas e legados dos “Caveiras” – homens e mulheres que dedicaram suas vidas à missão de proteger a sociedade sergipana.

De acordo com a soldado e jornalista Nayara Moraes a inspiração para a produção do artigo científico surgiu durante um patrulhamento em Neópolis, quando conheceu o subtenente Domingos, um dos primeiros “Caveiras” da PMSE, formado no Bope do Rio de Janeiro. Essa experiência despertou seu fascínio pelo mundo das operações especiais e a motivou a buscar a história da unidade.

Com a colaboração do cabo Silva Santos (“Caveira 50”), que forneceu contatos e informações, Nayara realizou entrevistas com diversos militares que passaram pelo Bope ao longo de seus 29 anos. A pesquisa envolveu a análise de arquivos antigos e inúmeros Boletins Ostensivos, resultando em um artigo denso e com provas documentais.

O artigo é o primeiro relato formal da história do Bope da PMSE, destacando peculiaridades como os dois primeiros “Caveiras” formados no Rio de Janeiro e as duas únicas mulheres “Caveiras” de todo o Nordeste, evidenciando a força da atuação feminina na PMSE e a relevância de sua história.

As Origens: Os Primeiros Caveiras

A história começa na década de 1980, quando Sergipe ainda não possuía uma unidade formal de Operações Especiais. Os pioneiros foram o aspirante Carivaldo dos Santos e o cabo José Domingos Costa, que em 1981 se formaram no Curso de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ). Eles retornaram a Sergipe como os primeiros “Caveiras” do estado, prontos para disseminar a doutrina de elite.

“O curso não nos torna seres especiais, mas nos ensina a compreender nossa pequenez diante da missão”, relembra o coronel Carivaldo, hoje na Reserva Remunerada.

Já o subtenente Domingos, falecido em 2024, deixou um legado de coragem: “Só pensava em sobreviver e não voltar como um covarde. Cada ensinamento, até o mais doloroso, fazia sentido”.

1996: O Nascimento do COE e a Era dos Caveiras

Em 1995, uma conversa entre o capitão Maurício da Cunha Iunes e o coronel Pedro Paulo, então comandante-geral da PMSE, deu origem ao Comando de Operações Especiais (COE). O primeiro curso, realizado em dezembro daquele ano, formou 28 policiais – incluindo civis e federais – marcando o início de uma tropa de elite integrada.

“Foi uma quebra de paradigmas. Treinamos juntos, policiais civis e militares, e até mulheres, como as soldados Svetlâna e Viviane, únicas Caveiras do Nordeste na época”, destaca o coronel Iunes.

Operações que Marcaram História

O COE (e posteriormente o Bope) tornou-se referência no combate a crimes de alta complexidade. Entre as missões emblemáticas estão:

O sequestro de Frank Vieira (1997): 38 dias de negociação resultaram na prisão de 12 criminosos.

Resgates de reféns e desativação de bombas: Como no caso do artefato explosivo na Assembleia Legislativa (1996) e no Supermercado Bom Preço (1999).

Combate a assaltos a bancos e facções: Ações que reduziram a criminalidade na década de 1990.

A Evolução para o Bope

Em 2025, após 29 anos de atuação, o COE foi elevado a Batalhão de Operações Especiais (Bope), sob o comando do major Weniston Queiroz. A unidade agora conta com quatro companhias especializadas: Intervenção, Antibombas, Snipers e Negociação.

“Ser comandante do Bope é uma honra imensa. Somos a ‘última ratio’ da PMSE, preparados para as missões mais críticas”, afirma o major Weniston

O Resgate da Memória

Para o cabo Diego Silva Santos, Caveira formado no Distrito Federal em 2022, registrar essa história era uma missão: “Ouvi tantas histórias heroicas que não podiam se perder no tempo. Este relato é para inspirar as novas gerações a seguir o caminho desses heróis.”

Homenagem aos Pioneiros

O artigo encerra com uma reverência ao Caveira 18, subtenente Domingos: “Ele era a prova de que um Caveira não se define pela aparência, mas pela grandeza de sua alma. Sua história agora está eternizada.”

Fonte:  PMSE

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