Sabe aquela sensação de vergonha alheia que faz até o café entalar? Pois foi assim que comecei meu dia aqui no norte de Portugal, onde moro desde 2022. Liguei a televisão, CNN Portugal rodando solta, e eis que surge a manchete:
“Lula quer instituir o 2 de julho como a verdadeira data da independência do Brasil.”
Silêncio no café. Um senhor de boina abaixa o jornal. A senhora ao lado suspende a colher do pastel de nata. E então, como numa piada mal escrita, o riso contido vira gargalhada coletiva.
“Mas… o Brasil não já era independente?!”
“Agora vão fazer duas independências? É pra dividir o desemprego?”
Sim, meus amigos. Acordei com o Brasil virando meme — mais uma vez — no noticiário europeu.
A INDEPENDÊNCIA QUE NINGUÉM PEDIU
Lula decidiu, com pompa e delírio retórico, que o 2 de julho de 1823 (quando a Bahia expulsou as tropas portuguesas) é a “verdadeira independência do Brasil”. Um novo feriado, uma nova bandeira? Quem sabe. Só sei que, lá do Planalto, decidiu-se reescrever 200 anos de história com um empurrão ideológico e uma pitada de populismo.
E não é que até agora Dom Pedro I achava que tinha feito um bom trabalho?
O BRASIL ESTÁ EM CHAMAS… MAS O FOCO É A BAHIA DE 1823
O Brasil está de joelhos. Fila do osso voltou, o café virou item de luxo, o povo vende o almoço para comer no jantar para sobreviver. Mas o presidente decidiu que a urgência nacional é… mudar a data da independência. Prioridades são uma arte, e no Brasil ela é surrealista. Enquanto isso, em Salvador, Lula empunha um microfone e anuncia, com brilhos nos olhos e discurso de palanque:
“O 7 de setembro foi o grito do imperador. O 2 de julho foi o grito do povo!”
Faltou só a pomba da paz e o fundo musical de novela das seis.
PORTUGAL REAGE: DO CHOQUE AO SARCASMO
Do lado de cá do Atlântico, a repercussão foi digna de pastel de feira com recheio de vergonha. O jornalista Filipe Santos Costa, da CNN Portugal, foi direto:
“Não percebo. Isto é comportamento errático. Lula não gosta que a independência tenha sido proclamada por um português?
Não bastasse o espanto histórico, a fala virou meme em Lisboa, Braga, Porto e até nas ilhas. Teve grupo de WhatsApp trocando o hino brasileiro por remix de axé com samba, com trilha: “Independência do povo, versão 2.0”.
Portugal, que já andava se acostumando com nosso presidente prolixo, agora decidiu rir para não chorar. Ou rir para não bocejar.
O VERDADEIRO GRITO: “SOCORRO!”
Por aqui, vejo um país inteiro tentando se reconstruir — Portugal enfrentou e enfrenta suas próprias crises, enxugou máquina pública, discutiu reformas. Mas não vi por cá nenhum político inventar uma “segunda libertação do domínio espanhol de 1385” para tapar buraco de aprovação em baixa.
Lula parece mais preocupado em vencer guerras passadas do que em combater a miséria do presente. E como jornalista há quase 30 anos, é impossível ignorar que essa narrativa toda tem cheiro de cortina de fumaça — daquelas bem espessas.
O JOGO DA MEMÓRIA SELETIVA
Não que o 2 de julho não mereça destaque. Merece. É um marco, especialmente na Bahia. Mas transformá-lo em símbolo nacional de independência? Em pleno 2025, com o Brasil em colapso orçamentário?
É como mudar o nome da rua porque o asfalto tá esburacado.
Aliás, a quem interessa essa nova narrativa? A base? A academia? A militância digital? Ou será apenas mais uma tentativa de Lula de virar herói da história, mesmo que seja com capítulos escritos a lápis de cera?
ENTRE A PIADA E A PÁTRIA
Os brasileiros aqui em Portugal seguem firmes. Pagam contas, trabalham, ouvem piadas, respiram euro e assistem, à distância, o Brasil transformar discursos demagógicos em slogans vazios.
Lula poderia estar falando sobre combate à fome, transição energética, pacto federativo, segurança. Mas não. Preferiu bradar aos ventos de Iemanjá que o Brasil agora tem duas independências. Uma pela realeza, outra pelo povo.
E nós, como povo, seguimos dependentes — de governo que priorize gente, e não estandarte.
E não para por aí. A cereja no bolo da piada internacional veio quando Lula, que já está com um pé no delírio retórico há tempos, ganhou um presente amargo: uma crítica contundente da revista britânica The Economist. A publicação, uma das mais respeitadas do mundo, classificou Lula como confuso, contraditório e cada vez mais perdido entre o que diz e o que faz. Sua imagem internacional — que já foi de estadista global — hoje é de um líder desorientado, mais preocupado em alimentar narrativas do que em resolver os reais problemas do seu povo.
E é por essas… e por tantas outras declarações atabalhoadas, desconexas, de quem definitivamente não parece estar com as faculdades mentais em dia, que o Brasil segue sendo motivo de risada, escárnio e lamento.
Mas não se engane: não é só o Brasil que está cansado. O mundo também já percebeu que o Lula de hoje parece uma paródia mal feita do Lula do passado.
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