terça-feira, 8 de setembro de 2015

LÁGRIMAS DE PMs EXPÕEM UMA SITUAÇÃO INÉDITA DE TODOS NÓS. ASSISTAM AO VÍDEO EMOCIONANTE.

Policiais choraram ao encontrar familiares quando saíam para fazer policiamento


Na manhã desta segunda-feira, quando o efetivo da Brigada Militar cotado para fazer a segurança do desfile cívico deixava o quartel em Santa Maria, o encontro com os familiares, que protestam em frente ao local desde a última semana, gerou tanta comoção que uma policial desmaiou e vários outras caíram no choro.

Além do salário, a luta é por dignidade. Sentimento que, junto ao orgulho pelo papel social da polícia, foi substituído pela vergonha e humilhação. Em Santiago, servidores da Polícia Civil foram ao desfile com o rosto coberto.

– A nossa moral está lá embaixo. Estamos nos sentindo diminuídos. Não precisamos de doações, esmola, só queremos o nosso salário – reclama um policial militar que preferiu não ser identificado.

Sem receber os ordenados integralmente é a pressão das obrigações a cumprir frente ao comandante, à sociedade e à própria família que deixam brigadianos e outros servidores aquartelados. E a farda transparece uma fragilidade até então desconhecida.

– O policial é preparado para outro tipo de situação. É preparado para o enfrentamento com o delinquente. Minha preparação não era para enfrentar uma situação dessa ordem – diz o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva, coronel Worney Mendonça.

Especialista alerta

O coordenador do Núcleo de Segurança Pública e Cidadania da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma), Eduardo Pazinato, pondera que a segurança pública e os seus profissionais merecem um cuidado mais responsável por parte das autoridades. Regularizar o pagamento é o primeiro passo. E olhando para o caso da Brigada Militar, Pazinato afirma que os comandantes também devem ajustar o discurso.

Falar à população e aos criminosos que não há policiamento ostensivo, como ocorreu na última quarta-feira,  não é uma boa estratégia, na opinião do especialista.

– Espero que não tenhamos essa situação novamente. Afirmamos naquele momento porque era a realidade. É lógico que não é o ideal – afirmou Worney.

Pazinato considera a atual situação inédita na história do Estado e do país. Segundo o especialista, o recado que chega aos criminosos é o mesmo de outros episódios: incentivo aos delitos. Nos cerca de 400 casos de greves e paralisações registrados historicamente em todo o país, em todos, houve aumento nos índices de roubos, no centro, e de homicídios, na periferia.

– Nunca se viu uma paralisação com tanta intensidade e dramaticidade, é um momento delicado – diz Pazinato.



Fonte:  Diário de Santa Maria

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