quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"POLÍCIA LEGAL" PREOCUPA AINDA MAIS OS SERGIPANOS E É UM MOVIMENTO LEGÍTIMO.


Um dos problemas que mais afligem os sergipanos é, de longe, o crescimento da violência. Nosso Estado já foi um dos mais seguros do País, até pelas dimensões territoriais. Mas de 2010 em diante, pelo visto, a coisa desandou de vez. Desde então a Secretaria de Segurança Pública não conseguiu mais controlar os registros. Antigamente, era arriscado sair à noite, andar em lugares com pouco movimento, que normalmente onde os marginais agiam. Hoje a realidade é completamente diferente. As famílias não conseguem mais ficar em paz, não se faz um passeio com tranquilidade e a qualquer momento, seja dia ou noite, os bandidos podem agir.

É sequestro relâmpago, estouro de caixas eletrônicos e agências bancárias, assaltos a casas lotéricas, mercearias e supermercados, arrombamento de lojas, arrastões na Orla da Atalaia, nos terminais de integração, nos pontos de ônibus e nas saídas de grandes eventos. Até nos estacionamentos particulares os bandidos estão agindo. É uma sensação de impotência para a sociedade que paga seus impostos e espera, no mínimo, que os serviços públicos sejam prestados com o mínimo de eficiência, seja na Saúde, Educação, Saneamento Básico, infraestrutura e, principalmente, na Segurança Pública.

Não seria justo este colunista não reconhecer que o governo do Estado não investiu um aporte de recursos considerável na SSP. Mas desde 2010 que se cobrava o aumento do efetivo policial. Já se alertava sobre o crescimento da violência e sobre a quantidade de militares que se aposentaram. O poder público demorou demais! Prometeu, prolongou, prorrogou e quando o esperado concurso saiu, convocando 600 novos homens, cerca de outros 600 já haviam ido para a reserva, ou seja, enquanto a criminalidade hoje tem sido muito maior, o efetivo policial é praticamente o mesmo.

Como se não bastasse, somos dirigidos por um governo que demonstra ser completamente desorganizado. Peca pela falta de planejamento. Desde 2013 que os servidores públicos não têm reajuste salarial. Nem a inflação dos períodos tem sido concedida. O governo anunciou a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), uma conquista do funcionalismo, diga-se de passagem, mas com dois anos de atraso, com dois anos de perdas. Sem contar que várias categorias sofrem com salários defasados, com a falta de valorização. Insatisfeitos com as “falsas promessas”, os militares iniciaram o movimento “Polícia Legal”.

O movimento, que é legítimo, consiste em impedir que as viaturas irregulares, no que diz respeito a emplacamento, licenciamento e extintores vencidos, saiam dos quartéis. É adotar o mesmo procedimento que é feito nas ruas, inclusive verificando munições e coletes vencidos e se os motoristas das viaturas possuem curso de direção em emergência. Em síntese, aquilo que é obrigatório para qualquer cidadão comum, e passa sem qualquer fiscalização nas viaturas policiais, é a justificativa legal para a “greve branca”. Isso ainda não é um aquartelamento da tropa, mas já deixa a sociedade sergipana ainda mais intranquila.

Imaginem que, se não há tranquilidade para se andar nas ruas, com o efetivo policial presente, imagine com os militares fazendo policiamento sem veículos? Com segurança pública não se brinca e esta é uma prioridade. O governador Jackson Barreto (PMDB) tem, por obrigação, que deixar a política um pouco de lado e tentar buscar um consenso junto aos militares. Caso contrário, corremos o sério risco de entrarmos em uma espécie de caos social. Este colunista reforça a tese que o movimento dos militares é sim legítimo, mas não há como negar que a população de uma forma geral está ainda mais preocupada. E com razão...

Fonte:  Faxaju (coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte)

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