sábado, 17 de setembro de 2016

ATENÇÃO SERVIDOR! VOCÊ SERÁ ENGANADO NOVAMENTE EM 2016!


Em meio à crise financeira que assola o Estado de Sergipe, eis que o secretário de Comunicação do Estado, Sales Neto, em entrevista ao programa de jornalismo da Rádio Liberdade FM, anuncia que por determinação do governador Jackson Barreto (PMDB), o Estado quitará os salários de agosto dos servidores públicos com a segunda parcela do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e que grande parte dos salários de setembro serão pagos até o próximo dia 30. Diante dos questionamentos da oposição, logo auxiliares do governo trataram de defendê-lo, tentando jogar os adversários políticos, inclusive, contra a população.  

Esta não deixaria de ser uma excelente notícia para o funcionalismo, se fosse uma verdade plena. Mas tem muito mais por trás de tudo isso, desse “esforço” do governador, deste “gesto administrativo”. Mesmo com a promessa de JB, no final de 2015, de não existir mais parcelamentos de salários em Sergipe, há meses que o servidor tem amargado uma triste realidade. Nos salários de julho, os aposentados só receberam no dia 27 de agosto, um sábado, e muitos só retiraram o dinheiro no dia 29 (segunda-feira), ou seja, com um mês de atraso. O interessante é que, quando se ventilou que o Estado parcelaria em três vezes os salários de agosto, aí o governador decide usar o FPE? Por que só agora?

Mas não é só isso! Semana passada, Jackson esteve na capital federal em conjunto com outros governadores exigindo que o governo de Michel Temer (PMDB) ajude os Estados com a liberação de R$ 7 bilhões. Chegaram a anunciar que, nesta segunda-feira (19), decretam Estado de Calamidade Pública (o governo vai deixar de pagar os fornecedores e muitos empresários e prestadores de serviços que estão há meses na fila de espera para receber vão sofrer ainda mais) e, pasmem: Sales Neto confirmou no rádio que até o próximo dia 30, o governo de Sergipe garante o pagamento já de parte dos salários de Setembro. Com que receita? Como apareceu tanto dinheiro? E a crise, governador?

Logo alguns assessores e aliados do governo do Estado usaram a estratégia de dizer que os críticos estavam “insatisfeitos” porque os servidores estavam sendo “valorizados” pelo governo e que trabalhavam para o “quanto pior, melhor”. Caros leitores, em primeiro lugar, pagar os salários dos servidores em dia não é um favor, uma gratificação, é sim uma obrigação do gestor público. Isso vale para o presidente da República, para os governadores e prefeitos. Outra coisa: isso não é valorizar ou reconhecer o servidor, mas usar da desfaçatez e da má fé, tentando ludibriar o funcionalismo público. Uma falta de respeito com as categorias de trabalhadores.

Você, servidor público, abra os olhos: o pagamento (parcelado) até o dia 30 tem uma lógica: a eleição municipal será no dia 2 de outubro, menos de 48 horas depois do dinheiro começar a entrar na conta. É uma “artimanha eleitoral”! Este colunista volta no tempo mais uma vez: em 2014, até a eleição em que o mesmo Jackson Barreto foi consagrado nas urnas com uma vitória massacrante, tudo era uma “maravilha” em Sergipe. Depois de reeleito, os servidores conheceram os atrasos e os inéditos parcelamentos de salários. Coincidentemente, o Estado entrou em desajuste fiscal, muito também pela falta de planejamento e não se encontrou até hoje.

Em síntese, servidor público de Sergipe, o governador está “arregaçando as mangas” sim, está lutando para conseguir começar a pagar seus salários parcelados ainda este mês de setembro, mas com o objetivo claro de enganá-los, de conter o desgaste e a rejeição que ultrapassa os 70% e não prejudicar seus aliados nos municípios, sobretudo, na Grande Aracaju. É preciso que o funcionalismo compreenda o plano que está sendo colocado em prática. E se o governo negar, terá que explicar para a sociedade, sobretudo para o Poder Judiciário e para o Ministério Público, o porquê de só aplicar esta medida há poucas horas da eleição. Por que não fez antes? Se tinha dinheiro, por que massacrou os servidores todo esse tempo? Qual a mágica para aparecem os recursos? Com a palavra o governador...

Fonte:  iSergipe (Habacuque Villacorte)

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