Depois daquele resultado exitoso, de bem com boa parte da população, eis que vieram os primeiros problemas financeiros e administrativos. Naquele final de 2014 os servidores públicos passaram a conhecer o parcelamento de seus salários, os sucessivos atrasos, sem que houvesse nenhuma previsão de reajuste salarial. Aprovado pela Assembleia Legislativa em meados daquele ano, o PCCV (Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos) do funcionalismo público demorou dois anos para ser implantando e ainda veio com os valores desatualizados. Uma conquista histórica dos trabalhadores que não foi efetiva pela falta de planejamento de um governo que gastou demais no ano eleitoral.
Uma realidade que estava mascarada em 2014, veio a tona com força e se perdeu o controle com a crise que assola o País. O governador mudou a data de pagamento dos servidores para o dia 11 de cada mês, anunciando que em Sergipe não existiria mais parcelamento de salários. Agora em Setembro, por exemplo, o governo já começou a pagar, é verdade, mas apenas uma parte dos salários. O “grosso” virá possivelmente depois do dia 20. Lembrando que, no mês passado, o governo só pagou os salários dos aposentados e pensionistas no dia 27, praticamente um mês após a antiga data de pagamento.
São tantos “dados mascarados” e não se vê ações que representem economia por parte do governo. O Diário Oficial do Estado não revela economia alguma! Até a reforma da cozinha do Palácio de Veraneio será feita em plena crise financeira. É sinal que, além da falta de dinheiro que o governo anuncia pelos quatro cantos, há também na estrutura administrativa uma profunda falta de bom senso. Existem exemplos de profunda falta de planejamento. Enquanto isso, um policial militar ganha R$ 8 de ticket alimentação, valor irrisório que não comporta uma refeição, mas um lanche.
Como se não bastasse a escassez de recursos e a falta de uma priorização para algumas áreas estratégicas, agora o governo demonstra que está perdendo completamente o equilíbrio. Diante da invasão de bandidos contra a emissora de rádio 103 FM, de propriedade da esposa do candidato a prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), quando bandidos fizeram de reféns a locutora que trabalhava no plantão do sábado (10), seu filho e outros funcionários. Todos os pertences foram levados e eles foram ameaçados por diversas vezes. No domingo (11), o governo surpreendeu a sociedade, que já está assustada com tanta violência, e fez uma “visita” à rádio para prestar solidariedade. Três dos principais nomes da Segurança Pública do Estado estavam lá. E não há problema algum nisso.
Agora, como perguntar não ofende, cadê a solidariedade do governo com a lanchonete na praça pública, com a pizzaria, com o restaurante, com as vítimas nos pontos de ônibus? Por que só a 103 FM? Mas o pior ainda estava por vir: o Estado emitiu uma nota oficial, lamentando o assalto, prestando solidariedade e (pasmem) insinuando que a “invasão” poderia ter conotação eleitoral. É sério, leitor! Na nota o governo diz que “pelo momento político em que estamos vivendo, onde diversos interesses estão em jogo nesse processo”… chega a ser absurda e leviana esta insinuação! Querer “jogar para a torcida” que os candidatos João Alves (DEM) e Valadares Filho (PSB) têm relação um assalto? É um pouco demais, ou não? O governo demonstra desequilíbrio, quando atua e até quando se pronuncia…lamentável!
Fonte: Faxaju (coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte)
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