sábado, 10 de março de 2012

ESTILINGUE E MÁQUINA DE ESCREVER: EQUIPAMENTOS DA SEGURANÇA PÚBLICA BRASILEIRA.

Duas matérias publicadas nesta semana dão conta do absurdo que vem chegando o descaso com a segurança pública no país. Em uma delas, mostra-se a falta de computadores e sistemas adequados para a realização de procedimentos em uma delegacia no Rio de Janeiro, que é obrigada a trabalhar com máquinas de escrever:

Pelo computador, só fazemos registros de ocorrência. Não conseguimos consultar termos de declaração, nota de culpa, auto de reconhecimento ou portarias para a instauração de inquéritos, por exemplo. É tudo no papel. Os registros de ocorrência só foram informatizados em 2010. Com isso, qualquer alteração ou correção nos registros anteriores a esse período (registros de aditamento) precisam ser feitas na máquina de escrever, onde também fazemos os registros de extravio de documentos, em casos de perda, por exemplo.


Em uma situação ainda mais esdrúxula, no Rio Grande do Norte, é utilizado um estilingue (baladeira ou badogue, a depender da região) como arma em um Centro de Detenção no interior do estado:


“Uma baladeira. O galho envolto com elásticos é a “arma” que o Estado dispõe para combater as fugas e oferecer segurança para o único agente penitenciário do Centro de Detenção Provisória (CDP), em São Paulo do Potengi. As ligas pretas e vermelhas do objeto são comumente utilizadas no interior do Estado para abater passarinhos e atingir lagartixas. Para a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e a Coordenação da Administração Penitenciária (Coape), a baladeira é o que existe disponível para garantir a defesa do agente e intimidar os detentos que superlotam as celas do local. O caso foi registrado no município localizado a cerca de 80 quilômetros de Natal e denunciado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em relatório enviado durante esta semana pela comarca da cidade.”


Trata-se de situações que não só prejudicam a celeridade e eficiência das organizações policiais, mas que atingem em cheio a motivação daqueles que são responsáveis por manter o funcionamento da estrutura. Eis um dos elementos responsáveis pelo desinteresse e insatisfação dos policiais e demais profissionais de segurança pública.

Fonte: Abordagem Policial (Danillo Ferreira)

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