sábado, 14 de abril de 2012

BANDIDO PERDE O MEDO INVADE QUARTEL E PMs RECLAMAM DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO.

“A segurança chegou ao fundo do poço”, desabafou o presidente da Comissão de Segurança Publica da Assembléia Legislativa, deputado capital Samuel Barreto (PSL), ao tomar conhecimento que um elemento havia invadido o quartel da PM e Itabaiana e roubado armas.

Na manha desta sexta-feira (13), um fato inusitado aconteceu na cidade de Itabaiana. As primeiras informações são de que um elemento, vestido com a farda da policia militar, teria entrado no quartel e roubado uma metralhadora e outras armas que encontrou, tendo fugido logo em seguida.

O numero reduzido de policiais, tem dificultado o trabalho ostensivo que normalmente é feito pela PM. A população reclama que não vê policiais nas ruas e isso ocorre porque a cada dia, o número de policiais militares na ativa tem reduzido sensivelmente. Somente na semana passada e nesta, mais de 60 PMs foram transferidos para a reserva, ou seja, foram aposentados.

Na proporção de 60 PMs aposentados ao mês, em 5 anos a policia militar de Sergipe pode estar reduzido ao no máximo 1500 homens para cuidar de todo o estado. Como a situação da segurança pública está ficando cada vez mais complicada, o deputado Samuel Barreto disse nesta sexta-feira à redação do FAXAJU, que na próxima semana estará se reunindo com membros da OAB, sindicatos e membros da sociedade civil para organizar uma grande manifestação, para cobrar providencias imediatas por parte do governo no sentido de tentar resolver a situação.

Para o parlamentar, o governo deve de imediato colocar os policiais civis e militares desviados de função, de volta ao trabalho. Para Samuel, os mais de 1500 PMs que hoje estao desviados de função (prestando serviços a órgãos e politicos), nao resolve a situação, mas pode ajudar a minimizar o problema. O deputado cobra que seja feito concurso público o mais breve possivel.

Alem disso, as condições em que se encontram as delegacias e Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC), estão em péssimas condições. Esta semana, o presidente da Adepol, delegado Kássio Viana, disse que as delegacias são “verdadeiras pocilgas”, frase essa que também está sendo usada por policiais militares que trabalham nos PACs. (veja http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=137859 ).
Na manha deste sábado, um outro policial também reclama do local e do ambiente de trabalho.

Veja aqui o desabafo de outro militar:

Caro jornalista, ao ver o relato de um colega de trabalho do PAC da Atalaia Nova, neste site de notícias, percebo, que também tenho que fazer a minha parte e mostrar a realidade, que eu e policiais da minha companhia, que fica em Nossa Senhora do Socorro, estamos passando. Pois cobranças existem, mas condições de trabalho, não são nada dignas. Na Primeira Companhia do Quinto Batalhão, as portas principais estão se desintegrando,o portão lateral está quase caindo, banheiros e alojamentos sucateados. No PAC da Piabeta, foi realizada uma reforma no final do ano de 2010, que o deixou praticamente um ano fechado, mas que reforma foi essa, que após a sua reinauguração, as paredes já estavam estourando, não foram trocados registros que estavam com defeito, onde se resumiu praticamente a troca de uma porta, de uma janela,colocação de ventiladores de teto de 2ª categoria e a popular melada de parede (pintura), onde o alojamento não permaneceu com seu mobiliário sucateado. Já no PAC do Marcos Freire III, temos um prédio espaçoso, porém extremamente quente,pois é lajeado e não há ventilação adequada, o que poderia ser resolvido com o ar condicionado que está a quase 1 ano largado no chão, faltando apenas sua instalação. Além do ar condicionado, há outros móveis, que também estão na mesma situação, largados por que não foram montados. A parede em situação similar a do PAC da Piabeta, estourando e alojamento com mobiliário sucateado. Não acaba por ai, para utilizarmos os banheiros temos que comprar materiais de limpeza, como desinfetante, papel higiênico e etc. Aliado a esta situação, o policial que trabalha nos referidos PACs, trabalham num sistema de 24 por 72 horas,onde nas 24 horas, atentem ocorrências com apenas 2 viaturas e tem que fazer a limpeza do PAC. A Viatura do PAC da Piabeta é responsável pelos Loteamentos: Jardim Piabeta, Parque Ilza, Mariano, Carajás, Cajueiro, São Braz(povoado) São Braz (Loteamento), Esperança, São Vicente, Beira Rio, Jaluzi, Piabetinha, Conj. Marcos Freire II, Residencial Campo Belo, Conj. dos Policiais e mais algum loteamento menor que não recordo agora. A viatura do PAC do Marcos Freire III, faz os Conjs. Marcos Freire III 1ªetapa e 2ª etapa, Albano Franco I e II, Maria do Carmo, Venúzia Franco, Seixas Dórea, Marcos Freire I, Loteamento Novo Horizonte, Taiçoca de Dentro. E diante dessa enorme área, carga horária extensa e falta de condições de serviço, fica a pergunta: Como pode uma média de 8 policiais (entre os que ficam tomando conta do prédio e do armamento na reserva), manter 3 prédios abertos, como querem, fazer manutenção neles (limpeza), dirigir viaturas e atender ocorrências, numa área imensa como está, num turno de 24 horas, com apenas 2 viaturas e assim mesmo quando são ativadas as 2 viaturas, quando tem efetivo para as 2, pois há serviços, que apenas uma viatura é ativada e os nobres zumbis, quero dizer PMs, não abandonam a população, mas sofrem os reflexos desse desgaste excessivo. Mas não para por ai, em alguns serviços, o policial que está de 24 horas,concorre a outra a escala no mesmo dia, ou seja, além do serviço que já está desempenhado,na viatura ou num dos prédios, as vezes é escalado em eventos festivos ou escala de jogo de futebol, tendo que abandonar o posto que está na escala, para cumprir esta outra escala, tirando pé firme (serviço em pé) e depois tendo que retornar para o serviço normal, no atendimento de ocorrências na viatura ou atendimento ao público nos PACs ou Sede da companhia, sem que possa ter o mínimo de descanso. E até o presente momento, as férias estão suspensas, onde alguns policias tiveram que interromper as férias por conta do pré caju e não as tiraram mais.

Fonte: Faxaju (Munir Darrage)

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