sexta-feira, 26 de agosto de 2011

MORTE DENTRO DE UMA DELEGACIA.

E-mail de um Oficial da PM: "olha as ponderações que ele fez a cerca das declarações da Delegada sobre a morte dentro da delegacia: “Fiquei surpreso ao descobrir, em matéria jornalística, que uma nobre delegada de polícia, da Cidade de Pedrinhas, atribuiu a responsabilidade da morte de um detento, à PMSE. Do que recordo, a alegação dava conta que a responsabilidade pela delegacia era da PM nos finais de semana. Ou seja, foi definido de forma indireta que se o detento morreu, foi por culpa da PM, especificamente dos PM´s lotados naquela delegacia, uma vez que mesmo se tratando de uma Delegacia de Polícia Civil, que compõe a estrutura da Polícia Civil do Estado, na qual a PM não possui nenhum nível de ingerência, deve ficar sob responsabilidade da PM e pronto: lavam-se as mãos...
Ora, caro leitor, me permita: qualquer que seja a pessoa que tenha um mínimo de inteligência, há de se fazer um questionamento básico, ou mais de um:
1 - se é uma delegacia de polícia, porque fica em algum momento sob a responsabilidade da PM?
2 - Em acontecendo isso, porque exatamente ocorre nos finais de semana, será que é porque os responsáveis de verdade não querem trabalhar?
3 Se então nos finais de semana não fica um policial civil sequer na delegacia, então será que o policial que lá fica, militar, pode executar os atos de polícia que a referida delegacia tem por obrigação prestar à comunidade?
4 - Frente à essas indagações, como fico eu enquanto cidadão?
Vamos aos fatos:
1 – a PM fica trabalhando na delegacia porque ninguém quer trabalhar no interior, poderia desenvolver o raciocínio, mas pensemos somente no seguinte: são mais de 1100 policiais civis, se fizer uma conta seca, considerando o número de municípios do estado, têm-se uma média superior a 12hom/municípios, o que garantiria não o ideal, mas tranquilamente dava para ter ao menos um policial todos os dias nas delegacias de todas as cidades. Isso também ocorre na PM. Logo alguém vai dizer que essa conta é fria e não reflete a realidade prática, ok! Mas por À disposição foge À técnica.
2 – complementando a resposta anterior, apesar de tudo, historicamente a PM sempre foi responsável por tudo, até pelo exercício da polícia judiciária, o que só começou a mudar nas últimas décadas. De ranço, para dar folga aos outros, restou a continuidade do ato de tomar conta de delegacias, logo, quem o deveria fazer não o faz. Os próprios policias civis dizem que não são vigias, mas como lhes é conveniente, não defendem a retirada dos PM´s das delegacias, pois independente de serem vigias, as delegacias são deles, e a responsabilidade, de uma forma ou de outra, cabe à insituição polícia civil.
3 – não, porque os PM´s lá ficam para tomar conta da delegacia (sendo os vigias que os civis não querem ser). Mais o interessante disso tudo, é que ao mesmo tempo que não acham ser nada demais, lutam impiedosamente, mas de forma discreta para tomar o Termo de Ocorrência Circunstanciado que a PM já confecciona. Veja o paradoxo, para quem fala em integração quando vai inaugurar reformas em delegacias chamando de centro integrado: não querem que os “irmãos” façam o TOC porque acham que somente eles devem fazer, mas querem que esses mesmos irmãos tomem conta de suas delegacias que eles não querem tomar conta.
É por isso que todos os problemas de segurança que saem na mídia, são mostrados por esses irmãos como sendo da PM”.

Fonte: blog do jornalista Cláudio Nunes

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