sexta-feira, 27 de junho de 2014

RIO: POLÍCIA INVESTIGA AÇÃO DO TRÁFICO PARA MATAR PMs MORADORES DO JARDIM CATARINA.

Bando do traficante Schumacher estaria por trás da execução do soldado do BPChoque Dayvid Lopes Atanásio, 25, na noite de quinta-feira

Soldado Dayvid Lopes Atanásio
Foto:  Reprodução

A Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNISGI) vai investigar as denúncias de que a morte do soldado Dayvid Lopes Atanásio, de 25 anos, na noite desta quinta-feira, no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, faz parte de um plano de traficantes para exterminar PMs que moram na região. Lotado no Grupamento Tático Móvel (GTM) do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), ele foi executado com seis tiros na porta da padaria do pai. Os assassinos fugiram.

Pelo WhatsApp do DIA (98762-8248), um leitor informa que um PM, amigo de Atanásio, contou que bandidos do Jardim Catarina teriam dado um prazo para que policiais militares que moram no bairro saíssem da região. Como a ordem não foi cumprido eles executaram o soldado.

Horas antes da execução do soldado Atanásio, um grupo de criminosos chegou a cercar a residência de um subtenente lotado no 7º BPM (São Gonçalo) que mora na localidade conhecida como Ipuca. O PM conseguiu ligar para o batalhão e pedir auxílio. Várias viaturas foram deslocadas com brevidade para o endereço e conseguiram chegar a tempo de resgatar o policial. Os traficantes fugiram.

Apontado pela polícia como integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e chefe do tráfico na região, Schumaker Antonácio do Rosário, o Schumacher, 30 anos, é denunciado por PMs como o responsável pelas ameaças de morte.

Condenado a mais de 29 anos de cadeia por homicídio e assalto a mão armada, Schumacher foi preso em agosto de 2003. Em outubro de 2013 ele recebeu o benefício de cumprir o restante de sua pena no regime semi-aberto e não voltou para a prisão. O grupo dele, intitulado “Bonde do Schumacher”, é acusado não somente de tráfico de drogas, mas também de cometer assaltos e diversos homicídios na região.

De acordo com o delegado adjunto da DH, Marcus Vinicius Amim, a principal linha de investigação da morte de Athanázio é a de execução. Uma testemunha, o tio e o pai do PM que o socorreram já foram ouvidos. A perícia constatou que cerca de 30 tiros de pistola e revólver calibre 38 atingiram o Honda preto, placa KVG-9780, do PM. Seis disparos acertaram o soldado no tórax e na cabeça.

"A perícia, a dinâmica do fato, os primeiros depoimentos e as primeiras investigações do nosso serviço de inteligência apontam para execução", decretou o delegado da DHNISGI. A polícia vai identificar e solicitar imagens de circuitos de segurança de residências e comércios da região que possam ajudar na identificação dos bandidos.

O carro onde estava o soldado da PM Dayvid Lopes Atanásio foi atingido por cerca de 30 tiros
Foto:  Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Ainda de acordo com Amim, Atanásio tinha saído da academia e parou na padaria do pai, na esquina da Rua Aimorés com a Avenida Padre Vieira, próximo a sua casa, por volta das 20h. Ao embarcar de volta no Honda, três homens pararam atrás em um outro veículo não identificado e começaram a atirar. Há pouco mais de dois anos na corporação, o soldado sequer teve tempo de reagir. Os bandidos fugiram levando a arma dele.

O policial ainda foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Alberto Torres - mais conhecido como Hospital Geral de São Gonçalo -, no Colubandê, mas não resistiu. Ele estava há dois meses no GTM, após trabalhar na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, e completaria três anos na corporação.

O delegado Marcus Vinícius Amim revelou que a construção de uma ponte ligando o Jardim Catarina ao Complexo do Salgueiro pode ter estreitou as relações e facilitou o trânsito de marginais das duas comunidades, que pertencem a mesma facção criminosa.

Qualquer informação que auxilie a polícia na localização e prisão de Schumacher e seus comparsas pode ser repassada para o Disque-Denúncia através do número 2253-1177. Não é preciso se identificar e o anonimato é garantido.

Em seis meses, 139 policiais já foram baleados no Estado do Rio. Destes, 36 morreram. Do total, 4 eram policiais civis – sendo um aposentado – e 135 eram PMs – sendo que 5 eram reformados, um era recruta e um era oficial. Do total de policiais na ativa, 46 estavam de folga e 87 estavam de serviço.

Fonte:  O Dia (Marcello Victor e Roberta Trindade)

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