terça-feira, 28 de abril de 2015

DELEGADO DIA QUE PREFEITO LIDERA MILÍCIA NO INTERIOR.

Adepol está fazendo levantamento para oficiar secretário

Paulo Márcio: Adepol não comunga com poder paralelo (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Sergipe possui uma milícia embrionária, que sobrevive com financiamento de um prefeito e tem atuação em um município da região do Vale do Continguiba. O delegado Paulo Márcio Cruz, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol), reconhece que a milícia está em fase embrionária, realizando clandestinamente a atividade que deveria ser executada pelo Estado.

Um estágio preocupante, na ótica do delegado. Ele informa que a Adepol formulará denúncia oficialmente ao secretário Mendonça Prado, da Segurança Pública de Sergipe, e também à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado do Congresso Nacional. Segundo o delegado, o grupo é pequeno, com participação de menos de dez pessoas, que seria liderado por um policial [ele não revela se civil ou militar] e com toda a logística financiada por um prefeito da região do Vale do Continguiba [cujo nome também está sendo mantido em sigilo].

O grupo atua clandestinamente realizando abordagens, prisões e reagindo com ameaças às pessoas abordadas, segundo o delegado. “Até agora não temos informações se houve crime de execução, mas toda milícia começa com este perfil de assumir a função da polícia, onde o Estado está ausente, e fatalmente se transforma em facção criminosa”, considerou o delegado. “Não há movimento clandestino que queira tomar o lugar da polícia, que não se transforme em facção criminosa”, analisa.

O delegado faz um paralelo com o grupo que surgiu em Poço Verde, onde foi constatada a existência de um grupo de extermínio supostamente liderado por José Augusto Aurelino Batista, morto ao receber voz de prisão no dia 15 de outubro do ano passado dentro da própria residência em Poço Verde. “Em Poço Verde, a milícia surgiu para suprir a falta da polícia e se transformou em um grupo de execução. A Adepol não compactua com o poder paralelo”, diz.

O Portal Infonet tentou ouvir a Secretaria de Estado da Segurança Pública. A assessoria informou que a SSP desconhece a existência deste grupo e só se pronunciará depois de receber a denúncia da Adepol.

Fonte:  Infonet (Cássia Santana)

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