Maranhão tem cinco sessões para eleição do novo presidente da Casa.
O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), oficializou a renúncia ao cargo de presidente da Casa no início da tarde desta quinta-feira. Cercado de aliados, Cunha comunicou sua decisão no Salão Verde. Cunha leu durante 7 minutos um carta entregue à Mesa Diretora da Casa e em alguns momentos se emocionou.
- Sofri e sofro perseguições em função de pautas abordadas e estou pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment - disse Cunha, acrescentando:
- Resolvi ceder ao apelo generalizado dos meus apoiadores. É público e notório que a Casa esta acéfala, fruto de uma interinidade bizarra, que não condiz com o que o país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara na suportará esperar indefinidamente.
Emocionado, ele citou a família:
- Usam minha família de forma cruel e desumana, visando me atingir - disse.
Alvo da Operação Lava-Jato, o deputado voltou a defender que é inocente:
- Continuarei a defender a minha inocência, que falei a verdade. Reafirmo que não recebi qualquer vantagem indevida de quem quer que seja.
Ao encerrar seu pronunciamento, Cunha desejou sucesso ao presidente interino Michel Temer e ao futuro presidente da Câmara.
- Acima de tudo, espero que esse meu ato ajude a restaurar nosso país após o processo de impeachment. Desejo sucesso ao presidente Michel Temer e ao futuro presidente dessa casa. Que Deus abençoe essa nação - finalizou.
A informação de sua renúncia foi antecipada pelo colunista Ilimar Franco. Cunha está proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de comparecer à Câmara. Ele ainda não explicou se recebeu uma autorização especial.
Oficializada a renúncia, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), tem cinco sessões para realizar eleição do novo presidente para o mandato tampão até 1º de fevereiro de 2017. Mesmo enfraquecido, Cunha tenta eleger um aliado. O mais cotado é o deputado Rogério Rosso (PSD-DF).
Segundo líderes aliados, a avaliação é de que a situação de Cunha piorou muito e que, se a votação na Comissão de Consitituição e Jsutiça (CCJ) de seu recurso fosse hoje, ele seria derrotado. A renúncia seria uma tentativa de fazer com que aliados e o próprio governo Temer ajudassem a aprovar o recurso na CCJ, ganhando tempo, para trabalhar também a votação no Conselho de Ética e jogar para meados do próximo semestre a votação em plenário.
Fonte: O Globo
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