O Grupo de Ações Táticas Especiais é tropa de elite da PM paulista, preparado para enfrentar qualquer situação de crise em ambientes urbanos
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Policiais de uma das equipes do Grupo de Invasão Tática, após o termino de uma missão. Note que as armas usadas pelos dois soldados da frente são diferentes, em função do tipo de missão e do papel individual que cada um irá desempenhar
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
O Atirador de Elite observa o teatro de operações aguardando a ordem de efetuar o disparo. Ele é um dos melhores elementos para coletar e repassar informações do teatro de operações para seu Comando
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Policiais do Grupo de Invasão Tática entrando no ambiente de crise e avaliando a situação em frações de segundos para decidir qual ação tomar
Policiais de uma das equipes do Grupo de Invasão Tática, após o termino de uma missão. Note que as armas usadas pelos dois soldados da frente são diferentes, em função do tipo de missão e do papel individual que cada um irá desempenhar
Vítor - “Seu filha da p**a, vou explodir essa m***a e matar todo mundo, agora f***u de vez, acabou!”
Negociador - “Calma Vítor, estamos aqui para te ajudar, garantir sua vida, dos seus colegas e da família que está com vocês. Vamos assegurar que ninguém se machuque”.
Vítor - “Assegurar p***a nenhuma, vai se f***r, não volto pra cadeia, só saio daqui morto seu filha da p**a! Mas antes mato todo mundo, começando agora mesmo por essa b***a de criança que não para de chorar!”
Esta é a terceira decisão errada que Vítor tomou nesse dia.
Cinco horas antes do diálogo acima, Vítor e seus dois comparsas foram surpreendidos por uma viatura da Policia Militar roubando um banco. Nesse momento tomaram a primeira decisão errada do dia deles: resolvem trocar tiros com os Policiais. Na fuga, invadem uma casa e fazem três reféns: pai, mãe e uma criança. Se as exigências de fuga não forem cumpridas imediatamente, Vítor ameaça explodir o local e matar todos. Esta é a segunda decisão errada que Vítor toma. Em minutos um enorme caminhão blindado e pintado com camuflagem urbana aparece do nada em alta velocidade. É o Grupo de Ações Táticas Especiais, uma tropa de elite da PM paulista, que assume o comando da situação. O primeiro policial do GATE a entrar em ação é o Negociador, que tem como objetivo resolver a situação de forma pacífica, sem o uso de força.
Após quase cinco horas de cansativas conversas, no mesmo momento que o diálogo acima acontece entre o Negociador e Vítor, o invisível Atirador de Elite, posicionado a 100 metros do cativeiro, vê através da luneta do seu rifle que Vítor encosta sua arma na cabeça de um refém e move seu o dedo para o gatilho. Esta é a quarta e última decisão que Vítor tomou nesse dia. Na verdade é a última decisão que tomou na vida. O Sniper informa a situação ao seu Comandante, que, avaliando o risco de morte dos reféns como iminente, decide encerrar a negociação e dá a ordem para o Atirador de Elite agir.
O Atirador de Elite observa o teatro de operações aguardando a ordem de efetuar o disparo. Ele é um dos melhores elementos para coletar e repassar informações do teatro de operações para seu Comando
O Atirador de Elite refaz os cálculos mentais da trajetória do seu tiro, faz micro ajustes na sua arma, e efetua o disparo. O projetil percorre os 100 metros em menos de 0,2 segundos. Vítor é atingido e a vida do pai é salva. Como os outros dois sequestradores estão fora do campo de visão do Sniper, o Comandante decide pela invasão o ambiente para resgatar os reféns.
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Policial do Grupo de Invasão Tática pronto para agir. Note que seu dedo esta fora do gatilho, seguindo o protocolo padrão para qualquer Policial. O dedo se move para o gatilho apenas no momento do tiro para evitar disparos não intencionais
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Policiais da Equipe de Invasão Tática se preparam para o início de uma missão avaliando os possíveis cenários que podem encontrar e as respectivas táticas a serem usada
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Detalhe do traje do Explosivista: controle de ventilação e comunicação
A Equipe Tática imediatamente entra em ação, explode a porta da casa e entra. Ao ver os PMs, os dois sequestradores restantes seguem o exemplo de Vítor e tomam suas respectivas últimas decisões erradas de suas vidas: abrem fogo. Sem alternava, os policiais revidam a agressão. Os três reféns são salvos. Não há comemoração, já que três vidas foram perdidas. Do momento do tiro do Sniper até a libertação dos reféns se passaram 5 segundos.
Esta situação aconteceu há poucas semanas e é um dos inúmeros treinamentos simulados que o Grupo de Ações Táticas Especiais faz diariamente. Vítor (cujas falas foram feitas pelo competente Tenente PM Haddad), é um alvo de papel com círculos concêntricos, e que no final do dia ganhou um presente do Sniper: um furo exatamente no seu centro. Tive o privilégio de ser convidado pelo Comando de Policiamento de Choque da PM paulista para acompanhar este treinamento de resgate de reféns.
Quando voltei para casa, além de excitado e impressionado com tudo que vi (e com os ouvidos zumbindo por causa da explosão e dos tiros), também me senti orgulhoso e seguro em saber que a Polícia Militar paulista possui profissionais tão bem treinados, motivados e equipados para desempenhar ações de extrema dificuldade e periculosidade, que só estamos acostumados a ver em filmes. Eles não gostam de ser chamados de heróis, mas como sou eu que estou escrevendo este texto, eu os chamo de heróis.
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Explosivista usando equipamento de Raio X para fazer analise remota de possível artefato explosivo
Foto: Major PM Luis Augusto Pacheco Ambar
Caso a negociação falhe, a invasão é sempre feita em bloco, com vários Policiais atuando ao mesmo tempo e de forma instantânea para dominar os agressores rapidamente. Note os diferentes tipos de armas utilizadas
Fonte: IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário