O “governista de plantão” vai dizer que este colunista faz a linha do “quanto pior, melhor”, mas não é bem assim. “Aduladores do Palácio” se acostumaram a silenciar setores da imprensa com pressão sobre donos de veículos de comunicação e até sobre jornalistas e radialistas. Este colunista não o “dono da verdade” e, muito menos, o mais isento dos comunicadores sergipanos. Somos seres humanos e cometemos erros. Em alguns casos, o equívoco cresce ao ponto de virar “injustiça”. Após alguns anos de jornalismo, esta coluna orgulha-se por carregar credibilidade, respeitando sempre o contraditório e sempre aberta para TODOS os segmentos políticos do Estado.
Este colunista costuma dizer que não escreve para agradar e que, muitas vezes, com a crítica feita, o problema é exposto e com brevidade o poder público normalmente tenta encontrar uma solução. Este é o papel social do jornalismo! Contribuindo mais uma vez com o governo de Sergipe, essa semana a Secretaria de Segurança Pública “fez festa” divulgando números que comprovam a redução nos registros de homicídios no Estado, fazendo um comparativo com os primeiros trimestres de 2016 e 2015. Enquanto este ano foram computados 275 casos em todo o território, nos anos anteriores as marcas atingidas foram de 343 e 329, respectivamente.
Mas se a SSP festeja uma redução oficial no número de homicídios, o mesmo não se pode dizer quanto a outras ocorrências, como furtos, assaltos, sequestros relâmpagos, roubos de veículos e aparelhos celulares, arrombamentos, além da violência doméstica e da violência sexual. Bastou o Sintra (Sindicado dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju) vir a público para celebrar a redução nos registros de assaltos a ônibus na região Metropolitana que os crimes voltaram a acontecer. Chegou o reforço da Força Nacional, com homens da reserva, que voltaram à ativa e estão em Sergipe “combatendo o crime organizado” fazendo blitzen em vários pontos da capital.
Este tipo de operação não intimida e nem ofusca a ação dos marginais. Talvez muito melhor que apostar tudo na “Farsa Nacional” seja aproveitar e “atualizar o efetivo” da SSP. As pessoas estão usando o transporte coletivo da Grande Aracaju sem o aparelho celular e muitas vezes sem carteira ou bolsa; apenas com o dinheiro da passagem no bolso! Temem um “arrastão” dentro do ônibus. Ou deixam em casa ou levam e guardam seus pertences nos respectivos locais de trabalho. Essa semana, em Tobias Barreto, os bandidos fizeram uma espécie de “varredura” em uma agência do Banco do Estado, durante a madrugada.
Mas não precisa ir muito longe para perceber que não há muito que comemorar. Em Aracaju, em vários bairros, as pessoas já não saem mais a noite, já não ficam concentradas nas portas de suas residências e têm receio de frequentarem ambientes sem aglomerações. Nem quem deveria garantir a segurança está sendo respeitado: os marginais estão agindo a qualquer hora do dia, sem pudores e receios. Visam policiais militares, civis, guardas municipais e vigilantes. Querem as armas! Virou “moeda de troca” no mercado das drogas. Não foi por acaso que chegamos ao triste índice de Estado mais violento do País! É um título que não nos orgulha em nada!
É evidente que a coluna vai reconhecer e dá o mérito à cúpula da SSP pela redução no número de homicídios. Toda melhora é significativa e merece sim os aplausos! Mas tão grave quanto os sucessivos homicídios é a sensação de insegurança que nos torna “reféns do sistema” a cada dia. É no ponto de ônibus, nas vias expressas, na porta de casa, na fila da mercearia ou da farmácia. Depois que os assaltos a celulares, joias e relógios viraram rotina, a SSP passou a orientar as pessoas a deixarem seus bens em casa. Agora, com os bandidos “mirando” nos veículos, é provável que a orientação seja a de usar mais o transporte coletivo. Em síntese, enquanto a SSP celebra um número, a sociedade se assusta cada vez mais e sente-se bastante insegura. Vivemos sob uma “guerra” onde o governo parece ter perdido o controle…
Fonte: iSergipe (Habacuque Villacorte)
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