quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

SERGIPE EM TRANSE: "QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DESTE ESTADO".


No rescaldo de outubro e os efeitos causados por uma das eleições mais atípicas da história, velhos e novos protagonistas fazem uma inflexão partidária em busca de um período sabático para tentar traçar o futuro. Pelas redes sociais ou pelo silêncio é possível mapear por onde anda suas excelências:

Jackson Barreto, o candidato derrotado duas vezes para o senado (1998 e 2018), divide o tempo entre indicar parente para secretarias e curtir a vida em belas praias e tomando seus “bons drinks” ao lado de companhias que lhe sejam aprazíveis. E de quebra ainda ganhou do governo pensão especial de abril a setembro (veja matéria nesta edição).

André Moura ainda não “tirou a roupa” de líder de Temer e perambula aqui e acolá “levando recursos” conseguidos por ele, segundo o próprio. A ficha ainda não caiu e ele ainda luta por um cargo em Brasília.

Valadares prefere se aperfeiçoar em redes sociais e para o desespero dos adversários, Valadares Filho assumiu um cargo no PSB em Brasília. Heleno Silva, Jony Marcos e agregados tentam conquistar espaços em Brasília  ou no governo do estado.

Eduardo Amorim sumiu, aliás, coisa que já havia feito e nem tinha percebido. Vive o dilema de perdoar André Moura a quem atribuiu grande parte de sua derrota ou romper definitivamente com o antigo aliado. Vê o PSDB minguar e dificilmente será nome decisivo no pleito de 2020 nos municípios. Como político foi um grande médico.

Já os que galgaram sucesso nas urnas tentam imprimir seu ritmo de trabalho.

O governador Belivaldo Chagas, ironicamente, cria uma agenda negativa de seu próprio governo, de terra arrasada, aterrorizando os sergipanos e criando temor em investidores, para, quem sabe no futuro, abrir um leque de privatizações e aprovar uma reforma da previdência estadual que só vai pegar o pequeno, ou como diria Déda, a arraia miúda. Para quem chegou para resolver Galeguinho pediu arrego cedo demais.

Os dois senadores eleitos trilham caminhos diferentes.

Alessandro Vieira, o delegado, abriu fogo contra o judiciário, ajudou derrubar Renan Calheiros e parece querer liderar as oposições em Sergipe. Ocorre que o delegado cometeu um ato falho na eleição para o Mesa do Senado. Na ânsia de alijar Renan da presidência, a “bancada da renovação” acabou escolhendo um nome envolvido em escândalos em seus estado (Amapá). A eleição de Davi Alcolumbre nem de longe é a salvação do Senado e para quem acompanhou a fatídica votação era de se esperar que Alessandro votasse em Reguffe, com uma agenda austera, de transparência e ficha limpa. O delegado fez ouvido de mercador e escolheu o homem do Planalto.

Rogério Carvalho, pelo contrário, ainda não foi alçado ao estrelato dos tapetes azuis. Foi duro contra os colegas senadores que escolheram o voto aberto no caso da eleição do Senado e só. Prefere se articular e preparar o partido que lidera para as eleições de 2020 e, principalmente, 2022, quando ele deseja chegar ao palácio Augusto Franco. Em Brasília, aliás, o bloco do PT está se distanciando do PC do B e isto pode influenciar ainda mais no quase certo racha entre petistas e comunistas em Aracaju. Basta lê o que disse Silvio Santos, estrela de primeira grandeza do PT, sobre o que pensa sobre a gestão de Edvaldo Nogueira e a simplória nota 5 à gestão do ainda comunista.

De resto, alguns pontos merecem destaque deste Sergipe em transe pré-carnavalesco foi a estranha eleição de Luciano Bispo à Alese e firmeza da Luiz Garibaldi que não se deixou baixar o pescoço para os acordos de bastidores e o corre-corre das lideranças do interior já visando o ano que vem.

Parafraseando Eduardo Cunha, mui amigo de certo sergipano, “que Deus tenha misericórdia deste estado”. Aliás, pobre estado em todos os sentidos, não só no financeiro, mas na concepção da democracia e da
independência dos poderes.

Aqui a subserviência transita livremente em todos os lados…

Fonte:  blog do jornalista Cláudio Nunes

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