Dia desses o Governo do Estado comemorou um período sem registro de fugas dos presídios sergipanos. Embora seja um dado positivo, serve como cortina de fumaça para não tornar público e as outras graves situações que ocorrem diária e sistematicamente dentro da rede prisional: não tem muito tempo um detento foi morto por colegas de cela em Areia Branca; outro foi “encontrado” sem vida no Compajaf (Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho no Santa Maria, Aracaju). Estes são os casos que vêm a público e há os que não entram nas estatísticas que, pela lei interna dos presídios,não chegam ao conhecimento público.
Longe de ser uma crítica ou tentativa de desestabilizar um gargalo administrativo já tão ultrajado, o Blog alerta tantos os órgãos executores e fiscalizadores das políticas penais, Executivo, Judiciário, Ministério Público, bem como entidades que atuam na defesa da sociedade, como a OAB, para incluir na ordem do dia soluções rápidas e sensatas. Por que? Vejam os casos do acusado do envolvimento no assassinato do secretário de Itabaiana e o homem acusado de matar a esposa a marteladas na zona Norte de Aracaju. O primeiro pede transferência porque teria se envolvido em brigas na unidade onde está albergado, enquanto o segundo está sendo investigado por usar telefone celular de dentro do presídio para se comunicar com um filho.
Em ambos os casos não se está fazendo juízo de valor ou entrando no mérito dos comportamentos dos dois, mas tomando como balizamento que confirma os desmazelos do sistema prisional em Sergipe.
Isto não é uma situação provocada pelo governo de plantão ou que só ocorre em Sergipe: é uma lamentável realidade que impera na maioria dos estados brasileiros e que pouco ressocializa os apenados.
Ou se encara este problema com a devida seriedade, sem criminalizar ainda mais os internos ou querer torná-los “vítimas da sociedade”, ou se está construindo no silêncio estatal uma bomba relógio cada vez mais potente.
Fonte: blog do jornalista Claudio Nunes
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