segunda-feira, 9 de março de 2020

A MULHER NO TRÂNSITO; O QUE DIZEM AS ESTATÍSTICAS.


Misoginia no Trânsito

A violência contra a mulher é histórica e cultural, e no trânsito não seria diferente.

Será verdade que o homem dirige melhor que a mulher?

Na verdade é sabido por todos nós que existe um grande preconceito para com a mulher no trânsito. Isso não é novidade. No entanto quando se fala em preconceito também existe além da MISOGINIA a MISANDRIA, vejamos a diferença entre os termos.

Misoginia: É a repulsa, desprezo ou ódio contra o sexo feminino.

Misandria: É a repulsa, desprezo ou ódio contra o sexo masculino.

Diante dessa breve explicação vamos analisar duas vertentes:

Primeira: porque os homens desenvolvem habilidades para dirigir mais cedo que as mulheres?

Segunda: o que as estatísticas dizem a respeito das mulheres e aos homens no trânsito?

Houve-se falar que os homens possuem mais habilidades no volante em comparação às mulheres, será verdade? Caso sim, qual será o motivo? Convido você a uma breve análise cultural em relação ao homem e à mulher no trânsito.

Cultura masculina no trânsito:

Será que você já parou para refletir quem começa ter contato com o trânsito mais cedo? Homem ou Mulher? A resposta é fácil e objetiva, o homem desde de muito cedo é influenciado a ter contato com o trânsito. Isso começa logo quando o pai coloca o filho – MENINO – no colo para começar a segurar o volante enquanto dirige, aprendendo a conduzir o veículo desde cedo. Porém, a mesma coisa não acontece com a filha – MENINA-  percebe-se que quando criança os pais não fazem com elas. 

Isso já nos explica porque os homens desenvolvem habilidades mais cedo que as mulheres no trânsito. Mas isso não significa dizer que as mulheres não tenham habilidades iguais ou superiores os homens.

Porém algo que percebi enquanto professor e especialista em trânsito, e que me chamou muito a atenção é justamente a quantidade de mulheres e homens em sala de aula em processo de habilitação. 80% dos alunos em sala é do sexo masculino, enquanto 20% dos alunos é do sexo feminino. Outro indicativo interessante é que dos 80% por cento dos homens em sala de aula no processo de habilitação quase todos já tiveram contato com o trânsito, conduzindo algum tipo de veículo; já em relação aos 20% das mulheres, pouco mais de 2% já vivenciaram alguma experiência como condutora. 

Desta forma fica esclarecido que a cultura brasileira de incentivo ao trânsito, particularmente como condutor é extremamente masculina. Os incentivos a conduzir um veículo no trânsito para com as mulheres são mínimos, por esse motivo muitas mulheres têm suas habilidades reduzidas se comparadas aos homens, muitas mulheres só começam a desenvolver essas habilidades de condução de veículos quando atingem a maioridade e buscam por uma autoescola com o intuito de aprenderem a dirigir. 

Estatísticas em relação a homem e mulher no trânsito

Quem nunca ouviu as seguintes frases: “mulher no volante perigo constante”, “tinha que ser mulher mesmo”. Porém diante das pesquisas divulgadas todas essa frases caem por terra, veja:

O estudo “Mulheres no Trânsito”, divulgado pela Seguradora Líder (que administra o DPVAT), mostra que, em 2019, das mais de 353 mil indenizações pagas por acidentes de trânsito, apenas 25% foram destinadas às vítimas do sexo feminino. 

Diante desta pesquisa, as frases deveriam ser modificas para: “homem no volante perigo constante”, “tinha que ser homem mesmo”. Isso deve chamar nossa atenção para entender que a população feminina no trânsito é mais habilidosa e cuidadosa, apesar de todo o atraso em desenvolver suas habilidades para dirigir.

Colaboração do especialista em trânsito Michel Barbosa para o blog Espaço Militar

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