segunda-feira, 30 de março de 2020

CABO DIDI SOLTA O VERBO "CÂMARA MUNICIPAL DE ARACAJU NÃO DEVE FAZER ECONOMIA COM O SER HUMANO". VEREADOR EXPLICA CONFUSÃO PARA DEVOLVER O CARRO PARA LOCADORA "EM HOTEL" NA ZONA SUL.


A reportagem do CINFORM conversou, com exclusividade, com o vereador de Aracaju, Cabo Didi (sem partido), e ele decidiu explicar a polêmica que “pipocou” no sábado (28) sobre a dificuldade que encontrou para devolver o veículo que estava à disposição de seu mandato desde meados de 2019 para a locadora de veículos que é contratada pela Câmara Municipal e paga com recursos da VAEP (Verba para Atividade do Exercício Parlamentar) de cada vereador. Didi acha injusta a medida do presidente Josenito Vitale (PSD), o “Nitinho”, de suspender a VAEP de abril, prejudicando assessores de imprensa e jurídicos dos parlamentares. Confira a seguir esta breve entrevista na íntegra:

CINFORM: No sábado “pipocou” nas redes sociais o vídeo onde um assessor do seu mandato dá detalhes da confusão que foi criada pelo dono de uma locadora de veículos da capital, que é contratada pela Câmara Municipal. O que aconteceu?

Cabo Didi: Eu era suplente e assumi o mandato de vereador em fevereiro do ano passado. Mas demoraram uns três meses, mais ou menos, para eu pegar neste carro locado (Renault Duster). Este é um veículo que a Câmara Municipal disponibiliza para nós vereadores exercemos nosso mandato, percorrendo os bairros e ruas de Aracaju. Prefiro economizar com carro e gasolina a ver um trabalhador ficar sem salário.

De quanto é essa verba? A empresa é contratada pela CMA? Cada vereador, até onde sei, tem uma VAEP de R$ 15 mil. O pessoal da Mesa Diretora recebe um pouco mais que isso. É com esse dinheiro que nós pagamos assessores (de imprensa, jurídico) e outras despesas. A CMA desconta R$ 2,8 mil pela locação do veículo e também desconta o combustível.

E quanto a essa locadora? O senhor tem mais informações? O dono da locadora eu apenas conheço por Barreto. Eu recebi este carro para ficar rodando ali próximo do Quartel da PM. Para conseguir fazer a manutenção do veículo é uma batalha. Quando chegou aos 13 mil km, eu deixei a (Renault) Duster lá e fiquei rodando temporariamente com uma Fiat Touro. Acho que quem pode dar mais detalhes sobre essa empresa é a própria CMA...

Mas por que entregar um carro locado em um hotel? Qual a relação com a CMA? A locadora não tem sede própria? Como te disse na pergunta anterior, eu não tenho informações. Quando da manutenção do veículo, também levamos nesse hotel. Eu não sei detalhes. É melhor você perguntar na Câmara Municipal de Aracaju.

Mas como se deu aquela confusão da rede social? Como tudo aconteceu? Saiu o comentário de que o presidente ia cortar a VAEP. Com esse recurso nós pagamos assessorias. Eu não tenho gabinete pago pela Câmara, tenho carro próprio e quando eu soube que iam cortar os empregos dos trabalhadores, decidi devolver rapidamente o veículo locado. Sou totalmente contra colocar qualquer pessoa para fora neste momento difícil, de pandemia por conta desse coronavírus. Se o presidente e a CMA queriam economizar, que fizessem isso, por exemplo, com uma locadora de veículos. Não dá para aceitar a Câmara vim fazer economia com o ser humano. Sou totalmente contra colocar qualquer
pessoa para fora neste momento difícil.

E como se deu a tramitação para entrega do veículo? Na quinta-feira (26) eu decidi entregar o carro. Entrei em contato e mandaram ir à locadora. Eu mandei lavar e entregar. Comuniquei à CMA também. Meu assessor Givaldo Santos foi orientado a ir ao hotel na Coroa do Meio. Chegando lá o carro passou por uma vistoria, que é o normal. Além do tanque de combustível que não estava cheio, eles alegaram que o banco do passageiro estava deteriorado. Meu assessor argumentou que o tanque não estava cheio quando entregaram o carro. Ele conversou com Barreto (suposto dono da locadora) por telefone e disse que recebesse o veículo e mandasse consertar que eu pagava a diferença. Ele estava irredutível. Liguei para a CMA e disse a mesma coisa. Como eles negaram, meu assessor, ficou nervoso com aquela situação, respeitou minha orientação para entregar o veículo, tomou a atitude de jogar a chave na recepção do hotel e saiu correndo.

E depois disso? O que ocorreu? O pessoal começou a me ligar, perguntando o que estava acontecendo. O presidente da Câmara me telefonou também. Fui convencido a pegar o carro de volta horas depois. No dia seguinte, paguei pelo conserto do banco que já foi realizado e avisei que, nesta segunda-feira (30), eu vou devolvê-lo, inclusive com o tanque cheio. Eu não estou usando muito o veículo nesse período, estamos em quarentena. Pretendo entregar, mas se deixarem, né? Não sou um
vereador polêmico, mas prefiro economizar com carro e gasolina a ver um trabalhador ficar sem salário neste momento difícil.

Por se tratar de um ano eleitoral, o senhor teme algum prejuízo político ou eleitoral? Preocupação zero! Sou policial militar! Esta é a minha profissão! Estou no exercício do mandato de vereador e buscarei sim a minha reeleição. Mas estou com a minha consciência tranquila que fiz o certo e como sempre digo, eu quero o bem do povo. Achei injusta essa situação com os assessores, fui lá e fiz a minha parte.

Falando em política o senhor já definiu em que partido vai se filiar para disputar as próximas eleições? Venho conversando muito com o deputado estadual Rodrigo Valadares (PTB). Estamos propensos a ir para o PSL junto com o também vereador Cabo Amintas. Esta é uma realidade. Também recebi um convite do amigo e deputado estadual Georgeo Passos para me filiar ao Cidadania. Há algum tempo também fui procurado pelo Republicano. A gente sabe que tem até o dia 3 para definir. Por enquanto eu ainda não assinei nada, porque, sendo sincero, nós temos que avaliar bem com que partido nos identificamos mais e onde temos melhores condições de disputa por conta das mudanças na legislação eleitoral. 

Mas, a depender do partido, o senhor vai mudar sua orientação política? Não devo a minha cabeça! Não tenho cargos na Prefeitura de Aracaju e nem na Câmara Municipal. Minha posição será a mesma, independente de onde eu estiver filiado. O partido não será problema. Eu cobro sim do prefeito e agradeço quando ele merece. Não faço oposição por oposição. Ele tem algumas obras e serviços, mas em alguns pontos também deixa muito a desejar. Sou independente na Câmara e meu compromisso é com o povo.

Fonte e foto:  Conform (Habacuque Villacorte)

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