quarta-feira, 10 de junho de 2020

PROFESSOR E ALGO NOBRE, MAS SERVIDOR DA SAÚDE E DA SSP TAMBÉM DEVE SER LEMBRADO!


Desde quando foi instituído o piso nacional do magistério, este colunista sempre foi um dos principais defensores desse direito da categoria mais nobre. Neste espaço sempre se questionou e se cobrou dos “gestores de plantão” que não estavam honrando este compromisso com os professores da rede pública de ensino. Este é um direito adquirido e que, por justiça, nem deve ser questionado. Mas, pela primeira vez, em plena pandemia do novo coronavírus (COVID-19), este colunista defende um pouco de bom senso para esses trabalhadores.

Através de sua representação sindical maior, o Sintese, o magistério estadual conseguiu avançar e muito, nos últimos anos, sobretudo quanto a valorização salarial. É bem verdade que, no caso do governo do Estado, por exemplo, algumas perdas também foram registradas. É uma das categorias de trabalhadores mais organizadas, que sabe cobrar e exigir seus direitos. Mas em meio a tanta “nobreza”, eis que nos deparamos com uma situação onde, na avaliação deste colunista, o sindicato precisa de um pouco mais de cautela...

Na próxima semana estaremos completando três meses de isolamento social, sem aulas na rede pública de ensino, desde então. Por enquanto a suspensão segue até o próximo dia 30, algo que deve ser prorrogado pelo menos até agosto, dentro do que já vem ocorrendo em outros Estados. Em síntese, os alunos estão sem aula, não há uma definição ainda sobre o ano letivo de 2020 e, ainda assim, o Sintese está cobrando algo que é de direito, é verdade, mas em que seus líderes pelo menos deveriam reconsiderar as circunstâncias atuais.

Há uma pressão natural por um reajuste de 12,84% (piso do magistério) tanto do governo do Estado quanto das prefeituras municipais. Muito justa, inclusive! Mas se não estivéssemos vivendo uma pandemia! No momento a grande discussão está entre a preservação das vidas e a manutenção dos postos de trabalho, a preservação dos empregos e a continuidade dos pagamentos, tanto públicos quanto privados. Não é razoável você exigir, agora, de um prefeito do interior o cumprimento integral, quando há nítida queda na arrecadação e nos repasses do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB).

E antes que “chovam” críticas dos professores, este colunista não trabalha para o Governo do Estado e, no momento, para nenhuma prefeitura do interior sergipano. A questão é, como bem diz o ex-deputado José Carlos Machado: “em tempos difíceis, o gestor público precisa saber separar de tudo o que é importante, aquilo que é fundamental”. Brilhante! E, com todo respeito ao magistério, que mesmo sem aulas reclama o seu reajuste, mas a situação dos profissionais de saúde e da Segurança Pública não é mais “dramática”?

Ainda na “pandemia”, não são eles que estão na linha de frente? Eles estão sem reajuste há alguns anos! O Sintese, entidade que representa os trabalhadores em educação básica, precisa lembrar também das perdas com o ICMS e o FPM neste período! O contra-argumento será sempre o decreto do estado de calamidade pública pelas prefeituras para o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mas, e depois? Como reestruturar as finanças? O professor, além de nobre, é tão importante quanto o enfermeiro, o médico, o policial! “A verdadeira nobreza consiste em sermos superiores ao que éramos antes (Esopo)”. Para refletir...

Fonte:  Alô News (Habacuque Villacorte)

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