sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

"JANEIRO BRANCO" COLOCA SAÚDE MENTAL EM PAUTA ENTRE OS PROFISSIONAIS DA SEGURANÇA PÚBLICA.

Centro Integrado de Referência em Atenção à Saúde do Trabalhador é vinculado à Secretaria de Segurança Pública e oferece apoio psicológico a profissionais da segurança e seus familiares


No início do ano, o debate sobre saúde mental ganha foco em diversas esferas a partir do 'Janeiro Branco'. Nesse momento, os olhares se direcionam para aqueles que podem estar em processo de adoecimento psíquico e emocional, por vivenciar situações de estresse. É o caso dos profissionais de Segurança Pública, que passam por constantes riscos e, portanto, necessitam de suporte psicológico.

Pensando nisso, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), oferece atendimento especializado aos trabalhadores da segurança por meio do Centro Integrado de Referência em Atenção à Saúde do Trabalhador (Cirast). Desde 2004, a entidade promove atendimento psicológico e em outras áreas da saúde.

“O 'Janeiro Branco' é um mês que foi escolhido para se olhar para questões de saúde mental, por estarmos iniciando um ano, olhando para o que passou e programando o que está chegando. Nesse momento, é importante pensar de que forma a gente pode promover a saúde mental, se antecipando em perceber sintomas e procurando ajuda. É necessário pensar que, quando temos um problema de ordem mental, precisamos deixar de lado a resistência, mudar o olhar e procurar um especialista. É isso que pautamos através do Cirast”, salienta a terapeuta, assistente social e gestora do Cirast, Iolanda Aragão.

Cirast

O Cirast foi criado a partir da reformulação do antigo Centro Integrado de Apoio Psicossocial (Ciaps), e tem o objetivo de atuar no atendimento e na prevenção aos problemas de saúde física e mental dos profissionais da SSP. Segundo Iolanda Aragão, o perfil de atendimento vem mudando ao longo dos anos.

“O Ciaps era tido como instância de encaminhamento, trabalhando com usuários de bebida alcoólica, com servidores já no final de carreira, que eram direcionados para a aposentadoria e para a reserva. Hoje, como Cirast, a realidade se modificou. A maioria do público é de servidores na fase mais produtiva da vida, de pessoas atuantes, às vezes em posição de liderança. São servidores que buscam recursos para melhor ofertar seu trabalho, e nós já conseguimos fazer a leitura do quanto esses pacientes têm se tornado mais produtivos e disponíveis com os atendimentos”, resume.

Ainda de acordo com Iolanda, um dos trabalhos do Centro passa pela conscientização a respeito da importância da saúde mental, sobretudo entre o público masculino. A prática tem feito com que, gradativamente, mais homens tenham procurado atendimento. Outro fator que impulsionou o crescimento da procura foi a pandemia da Covid-19.

“Aos poucos, as pessoas vêm entendendo a importância de uma boa saúde mental. Como a Segurança Pública é uma carreira formada predominantemente por homens, existe um ideal de masculinidade que acaba criando uma barreira. Nosso papel é atuar nessa sensibilização. E com a pandemia, muitas pessoas contraíram Covid e ficaram adoecidas emocionalmente. Temos também muitos casos de pessoas com situações familiares, que se ausentam de seus ambientes domésticos por conta da vida corrida e estressante”, informa.

Estrutura

Atualmente, a equipe do Cirast conta com três psicólogos, dois assistentes sociais, um médico integrativo e três terapeutas complementares. A pretensão é que se somem ao grupo profissionais da Fisioterapia, Nutrição e Psiquiatria, a fim de oferecer um tratamento ainda mais completo e personalizado. Além dos profissionais da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Técnica, seus cônjuges e filhos também são contemplados pelo serviço.

O acesso ao Cirast pode ser feito de duas formas. A primeira delas é a via espontânea, na qual o próprio usuário demonstra interesse pelo atendimento e faz contato por telefone. É, então, feito um cadastro para entendimento da demanda, seguido da definição do tipo de terapia e do agendamento. A segunda via é o encaminhamento, que ocorre quando o profissional apresenta disfunção no exercício do trabalho e é direcionado para atendimento.

Devido ao número de profissionais, o Cirast atua, hoje, no limite de sua capacidade, que é de 50 usuários atendidos simultaneamente. Desses, 90% chegaram ao serviço por via espontânea em 2022. No total, 891 atendimentos foram prestados durante o último ano. O processo terapêutico costuma durar pelo menos um ano, com periodicidade regular, de acordo com a especialidade.

A maioria dos usuários está entre os 30 e 40 anos, é casada, mulher e tem nível superior completo. A maior demanda está nos serviços de atendimento psicológico e holístico, com grande incidência de casos de ansiedade. O número de atendimentos maior está entre os profissionais da Polícia Militar, seguido da Polícia Civil, dos Bombeiros, da Coordenadoria Geral de Perícias (Cogerp) e dos familiares.

O Cirast opera como coordenador da política de Saúde, com centros vinculados em cada uma das forças. Já estão em funcionamento os centros da Polícia Militar e dos Bombeiros. Os centros da Polícia Civil e da Cogerp, recém-instituídos, estão em fase de implantação. De acordo com a gestora do Cirast, estão sendo desenvolvidos instrumentos para avaliar o progresso dos processos terapêuticos dentro de cada instituição.

Contatos

A sede do Cirast se localiza na Avenida Pedro Calazans, número 737, entre as ruas Propriá e Itaporanga, no Centro da capital. O serviço está disponível nos números (79) 98853 5582 e (79) 3213 1267. Pelo Instagram, o perfil é @cirast.ssp.se.

Fotos:  Igor Matias

Fonte:  ASN

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