Promotoras da saúde do Ministério Público visitam instalações do Pronto Atendimento do Ipesaúde e constatam reclamações de usuários
As promotoras visitaram as instalações do Pronto Atendimento do Ipesaúde (Fotos: Portal Infonet)
Na porta do Hospital da Polícia Militar (HPM), onde funciona o Pronto Atendimento do Ipesaúde, uma usuária reclama da falta de médicos e de estrutura de algumas salas do prédio. A secretária Maria Gizélia dos Santos conta que chegou com o marido, que é policial, no hospital na última terça-feira, 14, e que aguardou mais de cinco horas para o atendimento. O policial, que é hipertenso, estava com pressão alta e apresentava um hematoma grave na perna.
“Após exigir meus direitos, pois o desconto do Ipes é de R$720 por mês, consegui o atendimento e ele foi internado. Infelizmente muitas pessoas também passam pelo mesmo problema, não tem médico, são apenas dois profissionais para atender a todos”, conta a mulher, que menciona ainda a falta de estrutura da unidade. “Colchão rasgado, parede mofada, algodão no chão, um descaso total”, lamenta.
A secretária Gizélia denuncia a falta de estrutura do atendimento
A promotora Alessandra Pedral afirmou que o Ministério Público tem conhecimento da falta de médicos na unidade e que o problema é gerado por conta da falta de concurso público, que não é realizado há mais de 20 anos. “No Ministério Público chegaram várias denúncias a cerca da falta de médicos. Infelizmente o Ipes não realiza concurso há mais de 20 anos, mas estamos realizando a visita e vamos cobrar para que seja tomada uma providência”, garante a promotora, que salienta que o atendimento é realizado na sua maioria por médicos temporários.
O presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), sargento Jorge Vieira, ressalta que o problema é bastante grave e compromete o atendimento dos militares e de toda a sociedade. “Quero esclarecer que a polícia paga por um serviço que não esta sendo prestado a altura. O servidor que trabalha no hospital não tem uma boa remuneração e isso acaba prejudicando o serviço. A situação foi agravada com a desativação do Pronto Atendimento da rua de Campos e a transferência para o HPM”, observa Vieira que critica o fato da realização de convênios para atendimento no HPM sem espaço adequado.
“Existe uma enfermaria mista para homens e mulheres tudo junto. O registro para o atendimento das crianças é feito no mesmo local dos adultos, isso não pode acontecer, deve ser em local separado. Além dos mais existe um lixo hospitalar que fica na frente e na lateral do hospital tudo exposto”, denuncia.
O MPE marcará uma nova audiência para tratar do assunto
Ipesaúde
Durante audiência realizada no Ministério Público na última quarta-feira, 15, o presidente do Ipesaúde, Vinícius Barbosa de Melo, admitiu irregularidade nas escalas médicas e informou que o problema está acontecendo devido aos contratos de trabalho emergenciais que estão começando a vencer.
Vinícius Barbosa admitiu a importância de realização de concurso público para preenchimento das vagas e a consequente regularização das escalas, mas se diz impossibilitado de solucionar o problema por não ter autorização do Governo para iniciar os procedimentos para abertura de concurso público. Ele informou ainda que está suprindo as demandas utilizando médicos cedidos pelo Estado, evitando, desta forma, a paralisação do atendimento naquela unidade.
Fonte: Infonet (Kátia Susanna)
Nenhum comentário:
Postar um comentário