A Associação Beneficente dos Servidores Militares do Estado de Sergipe (ABSMSE), vem enfrentando problemas financeiros desde 2000, quando estranhamente, numa transação totalmente “diferente”, o então presidente da Associação, efetuou a compra de um terreno da ABSMSE, para si. Mas para que o negocio fosse feito, o presidente ainda contraiu um empréstimo junto à Associação no valor de R$ 2 mil reais.
Copias dos documentos feitos à época pelo presidente da ABSMSE, coronel Manoel Messias dos Anjos, foi entregue na redação do FAXAJU, no inicio da tarde desta quarta-feira (13), por um policial que temendo represálias pediu que fosse mantido em sigilo o seu nome.
O contrato de compra e venda, entre a ABSMSE e o coronel Dos Anjos, está datado do dia 6 julho de 2000 e tem a assinatura do coronel na compra e na venda.
Segundo o contrato, “o instrumento particular de promessa de compra e venda” diz que “ pelo presente instrumento particular de compra e venda que entre si celebram por esta e na forma de direito, a Associação Beneficente dos Servidores Militares de Sergipe, com sede à rua ......com CGC.........neste ato representada pelo tenCel QOPM Manoel Messias dos Anjos, Rg.......e CPF........, presidente da Associação a seguir denominado promitente vendedora e promitente compradora Manoel Messias dos Anjos, convencionam o seguinte contrato”.
Já na clausula segunda, “ O preço de venda do terreno ora ajustado é de R$ 15.000,00 e será pago pelo promitente comprador à promitente vendedora da seguinte forma: A- a quantia de R$ 13.000,00 como sinal e principio de pagamento. B – o restante do pagamento, R$ 2.000,00, será pago em prestações iguais no valor de R$ 69,99 cujas importâncias restantes serão cobradas através de descontos em cheque do Promitente comprador ou através de banco credenciado.
Ao final, o contrato é assinado por Manoel Messias dos Anjos como representante da CBPPM-SE, e como comprador também Manoel Messias dos Anjos. Esse contrato tem ainda a assinatura de Antonio Jose dos Reis, como testemunho e foi assinado no dia 6 de julho de 2000.
Durante todo esse tempo, ninguém contestou a transação porque, segundo o PM que faz a denuncia, esse documento só foi descoberto a poucos dias.
Já em 2005, os então gestores da Associação, coronel José Pereira de Andrade Filho, tenente Adilson Barbosa dos Santos e soldado Marise dos Reis Santos, contrataram o Escritório de Contabilidade Barros Filhos, para fazer uma perícia nos documentos no período em que o coronel Manoel Messias dos Anjos presidiu o conselho Gestor da ABSMSE.
Segundo constatou o levantamento, a ABSMSE, através da portaria nº 004/2005, diz que “a – divida acumulada de com a previdência social no valor de R$ 1.377,059,78, pela ausência de recolhimentos e multas...........B- aquisição da empresa Pizzarela Alimentos Ltda., pelo valor de R$ 20.000,00 sem que fosse feita a transferência da propriedade da firma na junta comercial. C- indícios de superfaturamento na aquisição do supermercado O Miliciano Ltda., pelo valor de R$ 560,000,00.............D- existência de saldos de contas a receber decorrentes de empréstimos e adiantamento a terceiros no valor de R$ 1.824.277,61, sem que fossem encontrados documentos............... .
Por fim, os gestores resolvem “instaurar processo interno contra o sócio Coronel Manoel Messias dos Anjos com fito de apurar os fatos aqui narrados e submetê-lo à apreciação da Assembléia Geral da entidade para deliberar sobre a possível exclusão do quadro”. Este documento foi assinado pelos gestores no dia 14 de dezembro de 2005.
Dessa época até os dias de hoje, a Associação tem passado por sérios problemas financeiros, inclusive tendo seus imóveis levados a leilão para pagamento de dividias. Recentemente, alegando dificuldades financeiras, os atuais gestores, coronel Péricles e cabo Palmeira, convocaram uma Assembléia extraordinária e pediram intervenção da Caixa, o que acabou ocorrendo e a partir daí, coronel Dos Anjos, volta novamente à frente da ABSMSE, já que foi escolhido para assumir a Associação. “Se ficou uma divida do tamanho da que foi mostrada e até hoje não se sabe o que virou tudo isso, será que agora ele vai resolver o problema ou vai aumentar ainda mais os problemas”, questionou o PM que fez a denuncia.
Fonte: Faxaju
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