sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

PMs E BMs DO CEARÁ ANUNCIAM PARALISAÇÃO.

Policiais pedem reajuste salarial, promoções e mudança na carga horária. Governo não reconhece evento como assembleia da Polícia Militar.

Policiais e bombeiros se reuniaram no quadra poliesportiva do Bairro Parangaba, em Fortaleza. (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Policiais militares, bombeiros e policiais civis decidiram em assembleia nesta quinta-feira (29) paralisar as atividades por tempo indeterminado. A votação pela paralisação foi unânime e, de acordo com o presidente da Associação de Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE), cabo Flávio Sabino, as principais reivindicações dos servidores são escala de 40 horas semanais, promoções e reajuste salarial de 80% até o fim de 2015.

Alguns policiais dizem ter medo de possíveis represálias do governo e usaram máscaras para não serem identificados. Estamos sofrendo represálias do governo há dias, vários companheiros foram transferidos para cidades do interior, diz Sabino.

Eles estão reunidos, com a recomendação de que todos os policiais e bombeiros entreguem as armas e coletes e se dirijam ao Polo de lazer do Bairro Parangaba, em Fortaleza. De acordo com o cabo Flávio Sabino, os servidores somente vão retomar as atividades quando forem chamados pelo governo do estado para debater as reivindicações da categoria.

Temendo represálias, alguns servidores improvisaram máscaras para não ser identificados.
(Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Comando da PM não reconhece

O tenente-coronel Fernando Albano, relações públicas da Polícia Militar do Ceará, diz que o governo não reconhece a assembleia como um movimento da polícia militar, mas um evento de policiais civis liderado por um único PM. Não existe greve ou movimento sindical na PM de acordo com a nossa Constituição, diz Albano.

Ainda de acordo com Albano, os policiais que aderirem à paralisação serão punidos. Querem causar um pânico desnecessário. Cada caso será enquadrado no Código Penal Militar e no código disciplinar dos militares estaduais, disse. Ele garante, entretanto, que não é da política da Polícia Militar do Ceará adotar represálias aos servidores.

O tentente-coronel diz também que a escala acima de 40 horas no Ceará é reconhecida por lei. Não há uma lei específica para a escala dos policiais militares, existem escaladas de serviço. Nós adotamos uma escala de acordo com a demanda da sociedade, explica.

O integrante da comissão de direitos sindicais da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Ceará (OAB-CE), Thiago Pinheiro, ressalta que é vetado o direito de greve aos policiais militares, mas que esse tipo de movimento é permitido, de acordo com o advogado. Pelo que estou observando é uma manifestação pacífica e não pode ser impedida. Ela segue o princípio da dignidade humana e tem de ser respeitada, defende.

Secretaria de Segurança Pública

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou por meio de nota que não identifica nenhum movimento anormal dentro da Polícia Militar até o presente momento. As escalas estão sendo cumpridas absolutamente dentro da normalidade.

Sobre o movimento que aconteceu no Ginásio da Parangaba, onde havia aproximadamente 400 pessoas, foi detectado, segundo a SSPDS, que a maioria era composta de pessoas alheias ao Sistema de Segurança. A Secretaria informa ainda que caso seja identificada qualquer atitude no sentido de indisciplina, as medidas cabíveis serão adotadas de acordo com a Lei.

Fonte: G1

Nota do blog:  A AMESE vem prestar solidariedade aos companheiros militares do Ceará, desejando aos mesmos muita força, coragem e união para vencerem essa batalha, pois se não lutarmos pelos nossos direitos, nada teremos.  Força companheiros!

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