terça-feira, 20 de dezembro de 2011

POLICIAL MILITAR VIRA HERÓI QUANDO MORRE.

Alguns casos sobre atuações de policiais militares em todo o Brasil, tem chamado a atenção da população. Alguns viram noticia policial, são aqueles que mesmo com a farda enveredam pelo mundo do crime. Mas há também aqueles que fazem da farda, a sua vida e que não há dinheiro nem choupana que os corrompem.

Em Sergipe, sabe-se que há muitos desses militares que são verdadeiros heróis, mas só o serão mesmo, quando morrer, principalmente se for praça, de soldado a sub-tenente.

Essa é a história que deixou para a família e para os colegas de farda, o sargento Assis, 47 anos, e que morreu no início da tarde do ultimo domingo, 18, após colidir a motocicleta num poste durante uma trilha na Estrada da Cabrita. O praça chegou a ser socorrido com vida pelo Grupamento Especial Tático (GTA), mas veio a óbito nas dependências do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE). Ele estava na Corporação há 22 anos, sendo promovido por bravura à condição de sargento em 2005.

Após a sua morte, Assis está sendo considerado herói. Porem morto.

Esta semana, chegou ao nosso conhecimento que Assis teria feito um curso pa pilotar aeronave (Brevê, como é conhecido a licença), já que ele estava no GTA. Mesmo tendo se destacado durante o curso, que foi custeado com dinheiro próprio, ele estava impossibilitado de pilotar qualquer tipo de aeronaves da Secretaria de Segurança Pública, tudo por conta de uma legislação ultrapassada.

Também chegou a nosso conhecimento que para pilotar essa aeronave, só é permito se for um delegado, um policial civil ou um Oficial da PM, ou seja, de tenente a coronel. Um sub-tenente é proibido.

A culpa não é do ex-comandante, não é do atual do comandante e nem vai ser do próximo comandante da policia militar. A culpa é de quem tem “a caneta” para mudar a lei. O que seria mais interessante para o estado: “Um policial devidamente qualificado, com várias especialidades, que tirou dinheiro do bolso para fazer cursos?, ou alguém que é indicado e que muitas vezes, só o faz porque é obrigado?. Isso não quer dizer que quem pilota e comanda as aeronaves da SSP não sejam qualificados. Claro que o são. O problema é entender qual a diferença entre ser praça e oficial?. A diferença está apenas no “macarrão, nas estrelas ou na gemada”. No mais são tão profissionais quanto os outros.

Ainda sobre Assis, também se sabe hoje que o seu maior sonho era estar trabalhando no GTA. Segundo alguns amigos, “ele era um apaixonado por aeronaves, mas não podia pilotar, embora brevetado, porque era apenas um sargento”, desabafou um policial seu amigo.

Para um capitão que foi seu comandante em uma companhia, “Assis era um policial exemplar. Era um homem que era bom em tudo que fazia, inclusive pilotar motos, porem por ironia do destino, enquanto ele fazia a sua ultima apresentação em uma trilha, a morte acabou segurando em suas mãos e o levou”, desabafou o capitão, também reclamando não da hierarquia policial, mas da forma como os policiais são tratados. Ainda segundo esse capitão, “muitas vezes somos transferidos, deixamos de trabalhar onde gostamos, onde poderíamos dar sempre mais de nós, porque simplesmente tem um superior que pensa diferente”, disse.

Fotne: Faxaju (Munir Darrage)

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