quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

SEGURANÇA DE SÃO CRISTÓVÃO PAROU NO SÉCULO XVI.

A realidade dos municípios sergipanos no quesito segurança pública é cada vez mais preocupante. Nas cidades do interior sergipano, em sua maioria há apenas um delegado e dois ou três policiais para dar suporte, trabalhar nas investigações e na realização de diligências e capturas no perímetro urbano e rural.

A realidade do fracasso da segurança pública não está distante de Aracaju. Em São Cristóvão, município da região metropolitana, que fica a apenas 16 quilômetros da capital, a realidade é similar a municípios como Aquidabã, a 98 km que também sofre com o mesmo problema, a situação precária e de quase inoperância da unidade de polícia.

Na quarta cidade mais antiga do Brasil, a polícia parece que ainda está vivendo no ano de sua fundação, 1590, devido à precariedade da estrutura e da ausência de efetivo. A reportagem F5 News esteve na unidade e conversou com o único agente e a escrivã, que trabalham quase isoladamente para atender as ocorrências que chegam aos montes para a unidade investigar e desenvolver os procedimentos necessários. A estrutura da delegacia está comprometida com a completa ausência de conforto para o exercício profissional dos servidores ali lotados. As salas são minúsculas, não há xadrez para custódia de presos e também não existe estrutura adequada para o atendimento ao cidadão.

Além dos dois servidores públicos, trabalham na unidade um estagiário do curso de Direito e um servidor municipal cedido para dar suporte às ações dos policiais, que não podem sair para ações de captura, simplesmente por não ter equipe para atender as ocorrências. Pessoas que lá estavam foram ouvidas sobre as condições da delegacia. Segundo eles, é desconfortável ir para a unidade, por haver demora no atendimento, devido ao pouco efetivo policial lá destacado.

As ações de investigação não têm provimento dado, pois não há pessoal suficiente para desenvolver os procedimentos necessários. De acordo com um dos entrevistados, as ações criminosas imperam na cidade e nada pode ser feito, pois não há uma equipe de captura para ir ao embate com os bandidos locais, mesmo sabendo quem são, por não haver efetivo suificiente para bater de frente com a bandidagem. É uma insanidade enviar apenas um policial em companhia do delegado responsável pela cidade, para o confronto armado.

Sem equipe para as ações, coisa que havia até o ano de 2012, os crimes continuam acontecendo e pouco se pode fazer pela proteção da cidade. Até mesmo a delegacia não tem o mínimo de proteção para os seus trabalhadores. A vulnerabilidade é tanta, a ponto de bandidos terem incendiado um carro na porta da delegacia, no final de 2013 (foto). Pouco mudou de lá para os dias atuais, segundo os policiais civis.

A realidade também contempla a Polícia Militar, que não tem efetivo suficiente para trabalhar na cidade. Até porque, não tem sequer uma unidade para abrigar seu destacamento. A proteção ostensiva da cidade é feita por uma viatura sediada no conjunto Eduardo Gomes, a 13 quilômetros da sede do município. Desde que o local em que a companhia de polícia do 1º Batalhão foi deixado por falta de segurança e condições estruturais para os policiais, que a Prefeitura de São Cristóvão promete um novo local para o destacamento da polícia, mas a promessa não foi cumprida. O suporte policial é feito por uma equipe do Batalhão de Radiopatrulha, que faz o atendimento das ocorrências.

A reportagem F5 News tentou contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), para tratar dos assuntos relativos à delegacia e seu efetivo quase inexistente.  O assessor de comunicação, Sérgio Freire, confirmou que há a deficiência no efetivo de policiais civis, bem como de militares na cidade. Entretanto, lembrou que o número de homens será aumentado com a chegada dos novos 500 policiais civis aprovados no concurso realizado em 2014. A convocação inicial será de 100 homens, e São Cristóvão será contemplada com a presença dos novos agentes.

A Polícia Militar não se resume à presença da Radiopatrulha, segundo Sérgio, também há atuação de equipes do Getam, Gati e Batalhão de Choque. A polícia civil é reforçada pelo Gerb, para aumentar o policiamento na cidade.

Já, a Prefeitura de São Cristóvão, procurada para saber a respeito do local em que a PM poderia se instalar, não atendeu a reportagem.

Fonte:  F5 News (Marcio Rocha)

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