terça-feira, 31 de março de 2015

TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO DO CASO AMARILDO RELATAM TER SIDO COAGIDAS NO MP.

Uma das 3 Policiais que são testemunhas de acusação, relata ainda que no dia, se lhe perguntasse o nome dela, ela não saberia responder, devido a pressão do momento, e o medo de perder a farda.


O Jornal Atual Rio, continua a serie de reportagens sobre o caso Amarildo, na primeira reportagem, seguimos passo a passo o dia em que Amarildo desapareceu, e mostramos as contradições da principal testemunha de acusação, e erros amadores da investigação da DH e do GAECO. que apontavam 3 policiais como torturadores de Amarildo, mas os mesmos Militares foram flagrados pelas câmeras da UPP em outro ponto da comunidade da Rocinha.


Nesta Reportagem vamos preservar os nomes das 2 policiais FEM testemunhas de acusação, vamos substituir o nome delas por FEM1 e FEM2.

Todas as Testemunhas de Acusação estavam em um dos Contêiner da UPP como os outros policiais acusados, mas por um motivo ainda não identificado, esses policiais não foram sequer indiciados, são tratados apenas como testemunhas, o que não seria no mínimo estranho pois todos os outros presentes estão respondendo judicialmente. 

Para que você entenda os Policiais são:

SD ALAN JARDIM
SD FEM 1
SD FEM 2

Em depoimento, uma das testemunhas de acusação declarou se sentir coagida pelo Ministério Público, em uma audiência em que o Jornal Atual Rio acompanhou.

Juíza: Eu só vou perguntar se a senhora prestou depoimento no Ministério Público coagida, a senhora foi coagida, pressionada? Pressionada, coagida, coagida?

FEM1: Sim.

Depois desta Resposta, houve um tumulto de discussões no plenário do Juri, entre membros do MP e defesa dos acusados, logo após isso voltaram as perguntas da Juíza.

Juíza: Eu quero que a senhora esclareça.

FEM1: Eu me senti coagida não pelo Ministério Público, não me senti coagida pelo Ministério Público, eu me senti coagida por toda essa situação.


Outra Policial, na qual vamos chamar de FEM 2, em depoimentos anteriores relatou a GAECO no dia 15 de outubro de 2013, ter ouvido sons em outro contêiner, que ouviu também policiais falando com um homem em tom de autoridade, e que o Major Edson lhe pediu para apagar a luz do Parque ecológico. 

Quando a FEM 2 foi apagar a luz do parque ecológico, a mesma disse a GAECO ter ido com o SD Maia do GTPP, que é o mesmo policial acusado por outra testemunha de acusação de estar torturando Amarildo.

A Própria FEM 2 admite isso em depoimento, veja abaixo:

O primeiro momento que eu fui procurar a doutora Carmem, ai eu fui relatar eu falei assim não o meu espanto todo era o Maia e o Brasil terem arrolado na denúncia e presos. Tavam dizendo que eles tinham feito à suposta tortura. Aí, na minha cabeça. Aí, eu pensava como é que eles torturaram alguém se naquele momento ali que naquele dia eles estavam comigo e naquele dia o menino foi lá embaixo apagar a luz. Aí, eu falei com a doutora Carmem que eu achava que quem foi comigo apagar a luz foi o Maia do GTPP.

Relatando a Promotora a sua Versão, a FEM2 teria sido influenciada pela mesma a indicar outro policial de mesmo nome, mas com função diferente, chamado SD Maia MOTORISTA, sendo assim, com essa versão, a acusação poderia ainda sustentar a hipótese de tortura.

Veja abaixo quando a FEM2 fala da influencia da Promotora em seu depoimento:

Aí, a doutora Carmem falou “não, deve tá se confundindo e tal e não sei o que...” “tem o Maia motorista”. Aí, naquela situação toda que eu não tinha nem... se a senhora perguntasse meu nome era capaz de eu errar meu nome de me confundir. Aí, eu falei “é o Maia motorista”.

Sendo assim Fem2, muito nervosa, trocou por influência da Promotora Carmem do GAECO, o nome do acompanhante dela.

Procurada pela nossa reportagem, a assessoria de imprensa do GAECO não quis comentar sobre o caso.

Conclusão: o SD Maia do GTPP que acompanhou a FEM2, foi acusado de tortura ativa do Amarildo, mas isso não seria possível, pois ele estava em outro local da comunidade. Justamente com a própria FEM2, apagando a luz do parque ecológico.

O Jornal Atual Rio procurou também a assessoria do TJRJ, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para questionar o porque ainda não foi respondido ou dado o parecer favorável a soltura dos policiais presos em prisão preventiva referente ao caso Amarildo, O TJRJ se limitou a dizer em nota que o tramite do processo segue dentro de todos os prazos estabelecidos. Vale lembrar que 13 dos 25 indiciados estão presos desde 04 de outubro de 2013.

Fonte:  Jornal Atual Rio

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