segunda-feira, 24 de agosto de 2015

POLÍCIA MILITAR ATUA NO MODO "ENXUGA GELO" EM SERGIPE.

Comandante da PM diz que 3.700 pessoas foram presas.

Coronel Maurício Iunes

“Estamos vivendo uma inversão de valores onde a sociedade está presa em seus lares e os delinquentes estão nas ruas. A responsabilidade por essa inversão seria a fragilidade da legislação brasileira”. A análise é do comandante da Polícia Militar de Sergipe, coronel Maurício Iunes. Dados oficiais da PM mostram que apenas neste primeiro semestre foram presas no Estado mais de 3.700 pessoas.

Segundo o comandante da PM, a legislação brasileira está deixando de proteger homens e mulheres de bem para defender delinquentes e faz com que a sociedade se abrigue em suas residências. “Está ocorrendo uma inversão de valores. A sociedade está ficando reféns de bandidos. Está sendo obrigada a ficar presa dentro de casa construindo muros altos e se cercando de segurança”, afirmou o coronel Iunes.

Para o comandante da PM, cabe à sociedade “acordar” de forma legal como é em um Estado democrático de direito e mudar a situação atual. Iunes foi categórico ao afirmar que a população não pode perder o direito constitucional de ir e vir em detrimento à liberdade de delinquentes.

O comandante arriscou que das 3.700 pessoas presas este ano, apenas pela Polícia Militar, mais de duas mil já se encontram em liberdade. Ele fez questão de isentar a responsabilidade do Poder Judiciário no que popularmente se chama pelos policiais “enxuga gelo”. “A legislação é que realmente não atende os anseios da sociedade. Não são os juízes, é a legislação que solta”, destacou.

Iunes disse que a sociedade, por falta de conhecimento, tem cobrado como solução para o fim da insegurança a presença da polícia, mas acaba esquecendo que as forças policiais têm prendido e o grau de reincidência é alto em Sergipe. “A reincidência é muito alta. O nosso maior problema na segurança não é simplesmente a ausência do policial militar e sim a reincidência no cometimento dos delitos”, comentou o comandante.

O trabalho “ineficaz” na redução da criminalidade tem sido observado no dia a dia pelos policiais militares. A reportagem apurou que especialmente em casos de roubos e furtos dentro de ônibus tem sido corriqueira a soltura imediata do acusado. A informação foi confirmada pelo comandante. “Temos exemplos que o delinquente deixa a delegacia no mesmo momento que a guarnição da PM”, lembrou.

Na semana passada, um exemplo de reincidência chamou a atenção da sociedade. O itabaianense Emerson Pereira da Silva, 21, o “Pateta”, foi morto após uma troca de tiros com um sargento da Polícia Militar à paisana durante uma tentativa de assalto na região central no Município de Moita Bonita. Ele respondia ainda pelo latrocínio contra a estudante Edjane dos Santos Mota, 32 anos, crime ocorrido no Município de Itabaiana em julho do ano passado. 

Outro caso curioso foi a prisão de um elemento pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. O rapaz foi preso em uma sexta-feira, com um revólver calibre 38. Três dias depois o mesmo elemento foi detido por policiais militares da Radiopatrulha com uma pistola 380.

Fonte:  Jornal da Cidade (Paulo Rolemberg)

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