quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

LADRÕES TEMEM A POPULAÇÃO. NÃO A POLÍCIA. A LEI.


Fico a pensar com os meus botões: aonde a coisa foi parar… Os caras entram num ônibus, surrupiam pertences dos passageiros com revólver e faca em punho, e, após a sacanagem, saem tranquilamente. Como foram filmados e o crime ganhou repercussão, temendo a reação da população, vão à polícia e pedem socorro. Detalhe: não são presos de imediato porque não houve o chamado flagrante. Imagens, testemunhas e a própria confissão dos bandidos não contam. A polícia tem que solicitar à Justiça a prisão…

Eis um 3 x 4 da criminalidade. Os bandidos, via de regra, todos covardes, só agem armados e na moleza, na carona do efeito surpresa. Além de não temerem a polícia ainda passaram a enxergar no Estado um aliado. Partem para a delinquência com o discernimento que o policiamento ostensivo não dá conta da demanda e, se a zebra pintar, o tempo da prisão é tão curto que vale a pena se entregar à polícia e depois voltar ao mundo do crime. A desfaçatez é quase um incentivo à criminalidade.

No caso emblemático dos ladrões que foram filmados dentro do ônibus armados praticando crimes, nota-se que os bandidos temem mais a população que o Estado. O bandido sabe que, uma vez sua imagem é revelada, passa a ser alvo fácil para uma sociedade revoltada não só com a criminalidade, mas também com quem deveria evitá-la.

Carente de uma resposta convincente por parte do Estado, a população – ou parte considerável dela – não perde tempo: quando tem a oportunidade, faz justiça, literalmente, com as próprias mãos. Aliás, um dos bandidos confessou que só resolveu se entregar porque tentaram invadir sua casa. Deduziu que não era para lhe presentear com bombons da Cacau Show.

O discurso é lugar comum, mas como não é levado a sério por quem deveria vai aqui a ratificação: precisamos de leis duras. Os bandidos não podem continuar tendo tanta facilidade para delinquir. Essa história que a polícia prende e a Justiça solta carece de retoques. Pra começar, a polícia nem sempre prende. E a Justiça apenas aplica a lei. Se há brechas para solturas, cobremos dos nossos legisladores. Desconheço um magistrado que tenha passado por cima de uma lei e colocado em liberdade um bandido à revelia das provas do crime. Leis mais duras são formas de frear a criminalidade. Como disse, todo bandido é covarde só age na moleza.

Fonte:  universo Político (Joedson Telles)

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