terça-feira, 1 de março de 2016

PMs ESTÃO DE OLHO NOS SALÁRIOS E NAS PROMOÇÕES.


O governador Jackson Barreto arrisca repetir um dos grandes erros de Marcelo Déda. Em 2008, ao conceder reajustes diferenciados beneficiando civis em detrimento dos militares na segurança pública, Déda teve que suportar um grave movimento de insatisfação dos militares em 2009, o qual ele próprio e o senador Valadares foram peças-chave na solução.

Hoje, mais uma vez, ao reformular o plano de carreira com garantia de promoção automática e criar o subsídio com ganho salarial real, terá de pôr as barbas de molho, afinal, fala-se em salários de até R$ 10.500 reais para agentes/escrivães e R$ 25.500,00 para delegados. Enquanto quase nada foi dado também aos militares. Como o que está ruim sempre piora mais, parece haver pouca sensibilidade em relação à carreira militar e a reforma previdenciária que se avizinha. Pelo menos foi o que ouvi no decorrer da semana de alguns oficiais. É verdade que tal reforma é essencial, mas ela não pode ocorrer somente considerando a necessidade de reduzir o déficit.

Segundo esses PMs, é necessário considerar os impactos de tais alterações nas carreiras militares. A primeira mudança em curso é o retorno dos 30 anos para aposentadoria compulsória dos coronéis, parece ser algo importante de se rediscutir, mas o governador precisa lembrar que quando Déda fez tal alteração, deixou bem claro que aquilo seria essencial ao resgate da carreira militar que, naquele momento, estava emperrada desde a promoção de 2006. Como algo era importante e essencial em 2011 e hoje não o é mais?

Hoje, a aposentadoria é o único meio comum de fazer com que surjam vagas para a promoção de militares, já que a PM encontra-se com defasagem de vagas. São militares com 9, 10, até 13 anos sem promoção, no mínimo. Em 2009, Déda teve margem pra diminuir a discrepância salarial e não precisou preocupar-se com promoções. Jackson terá que se preocupar com salário e promoções. E se tocar o processo previdenciário sem pensar em criar meios de destravar a carreira dos militares, pode ter de lidar com problemas maiores que os de Déda. E se for verdade o que dizem, que estão lhe sugerindo propostas de mudança no curso das promoções por merecimento com a promessa de que vai ser a solução pra carreira, quando na verdade servirão apenas para beneficiar um grupo, aí é que o bicho vai pegar.

Fonte:  Jornal da Cidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário