sábado, 29 de outubro de 2016

SERGIPE É "TERRA DE MURO BAIXO" E ONDE BANDIDO FAZ FESTA!


Não é de agora que este colunista tem alertado e cobrado providências por parte do Governo do Estado no sentido que se encontre métodos mais eficazes no combate ao crescimento assustador (e devastador) da violência em Sergipe. Chega a ultrapassar os limites do bom senso! Para ser justo com o governador Jackson Barreto (PMDB), não é de agora que a criminalidade “impera” e aterroriza os sergipanos. Mas desde 2010 que as ações dos bandidos se intensificaram ao ponto do Estado, que era um dos mais seguros do País, hoje chega à triste marca de ser o ente da Federação com mais mortes violentas, superando Alagoas.

Segundo o levantamento do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apenas no ano de 2015, 1.286 brasileiros foram mortos em Sergipe, o que equivale a 107,1 de assassinatos por mês e 3,57 por dia. É isso mesmo! No ano passado, mais de três pessoas foram assassinadas a cada dia em Sergipe. Já podemos dizer que vivemos sob uma espécie de “guerra civil”! Aí para tentar amenizar, o Governo do Estado tem o discurso pronto de que “nunca se investiu tanto em equipamentos de segurança, na aquisição de veículos, que a polícia de Sergipe é referência na elucidação de crimes”, mas o mais importante, que é a ação preventiva, que impede que o crime aconteça, que inibe a ação dos bandidos, nisso nós estamos muito distante do que é aceitável.

É evidente que o Congresso Nacional tem sua responsabilidade com o crescimento da violência, graças às muitas leis inócuas que são aprovadas por lá; o Poder Judiciário também é muito omisso quanto a necessidade de leis menos brandas no País e assim vamos vivendo a mercê dos bandidos. O problema da violência é uma realidade gritante em qualquer parte do Brasil, mas os números mostram que Sergipe virou o “paraíso dos marginais”! Como bem diz o ex-governador Albano Franco, nosso Estado “é terra de muro baixo, onde todos se conhecem”, mas é aqui também onde o bandido faz a festa!

E o pior: o volume de mortes é insuportável, mas só há uma resposta mais dura do comando da Segurança Pública do nosso Estado quando uma morte tem repercussão midiática, como foi no caso do assassinato do cobrador de ônibus, do delegado de Polícia e, agora, mais recente, do jornalista em seu estabelecimento comercial. Estamos sem defesa! As pessoas vivem assustadas, não saem mais à porta de suas residências, não se tem mais contato com os vizinhos. As ruas ficam desertas ao escurecer. O policiamento existe, mas é ineficiente. Primeiro porque a estrutura atual não é suficiente. É preciso mais efetivo nas polícias e mais integração com as guardas municipais.

A teoria do “prender e a Justiça soltar” é algo abominável sim, mas isso apenas não justifica o crescimento da violência. Temos policiais, civis e militares, desestimulados. Em Alagoas, por exemplo, no ano passado se registrou uma redução de 20,8% em relação a 2014 nos crimes violentos. Coincidência ou não, por lá o secretário de Segurança Pública declarou “guerra” aos bandidos. E numa situação de confronto, quando o marginal reage contra a polícia, ele tem que ser abatido mesmo! É preciso ter coragem para assumir essas posições e este colunista vai defender sempre que a vida do policial seja preservada! Só que tem pena de bandido é a mãe e, talvez, a família. Faltam leis mais rigorosas, falta estrutura, mas também falta energia ao comando da SSP.

Não adianta comprar um carro novo, armamento e mudar o comando da SSP se o governo não tem uma atitude forte junto às policiais, de incentivar as tropas, de valorizar quem desempenha bem suas funções e declarar guerra aos marginais. Se os números de 2015 elevam Sergipe ao “topo da violência” no Brasil, em 2016 não será muito diferente disso! Enquanto este colunista estava escrevendo a coluna, enquanto você está lendo o texto, algum cidadão, em qualquer ponto desse Estado está sendo assassinado! Costuma-se dizer que “bandido só faz festa em governo fraco” e é isso o que está acontecendo. Marginais oriundos de Pernambuco, Bahia, Alagoas e até de São Paulo atuando forte em Sergipe. Isso não apenas por acreditar na impunidade, mas por ter a certeza que, por aqui, encontrará muito mais facilidades. Até quando, governador Jackson Barreto?

Veja essa!

O advogado Hebert Pereira, assessor parlamentar, desabafa nas redes sociais e traz um dado ainda mais preocupante: “Concurso para PM ou mais efetivo está descartado pelo projeto de Lei Orçamentária 2017(que já foi encaminhada para a Assembleia Legislativa) com corte de R$ 4,92 milhões para pagamento de pessoal da PM.

Fonte:  iSergipe (Habacuque Villacorte)

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