terça-feira, 1 de novembro de 2016

GOVERNO DO ESTADO SEM DINHEIRO PARA PAGAR O 13º SALÁRIO DO SERVIDOR!


Este colunista, assim como todo Sergipe, já reconheceu a vitória nas urnas do candidato Edvaldo Nogueira (PCdoB) para prefeito de Aracaju em 2016, mas o governador Jackson Barreto (PMDB) parece que não assimilou o resultado positivo de seu aliado. Pelas declarações do chefe do Executivo, passa-se a impressão que ele não acreditava na vitória de seu candidato, tendo em vista que passou a tripudiar de seus adversários. Aí alguém vai dizer: “este é o estilo de JB!”. Isso é verdade, mas antes de agir, cabe ao chefe do Executivo se posicionar como governador de todos, como apaziguador, como um verdadeiro líder político.

Mas Sergipe tem das suas peculiaridades. Nessa segunda-feira (31), em pleno horário de almoço, o governador perdeu uma grande oportunidade de administrar o resultado das urnas e encerrar o momento de turbulência política, após uma das eleições mais acirradas dos últimos tempos. Em entrevista ao jornalista e apresentador Ricardo Marques, na TV Sergipe (afiliada da Rede Globo em Sergipe), os sergipanos foram surpreendidos por uma série de agressões, descabidas e inoportunas, de um governador que, pelo visto, não sabe ganhar. Imagine perder...

Escondido durante toda a campanha, para não tirar votos de Edvaldo Nogueira, mas atuando fortemente nos bastidores, diga-se de passagem, o governador de repente apareceu, mas somente após o resultado favorável de seu candidato. Poderia atuar como um estadista, deveria reconhecer os problemas de seu governo e pregar a paz, tentar “esfriar os ânimos”. O que se viu foi um festival de agressões aos irmãos Amorim, a André Moura (PSC), à senadora Maria do Carmo (DEM), ao prefeito João Alves Filho (DEM) e até “alfinetou” o candidato derrotado Valadares Filho (PSB).

Pelo visto, o governador não quer a paz, não quer descer do palanque! Está disposto a precipitar por demais o pleito de 2018. Para quem deu a palavra que iria se aposentar no final de seu mandato, Jackson já mostrou que palavras na política, às vezes, são só palavras...pior: quando questionado sobre a onda de violência que assola Sergipe, que se transformou sob as suas mãos, no Estado mais violento do Brasil, o governador chegou a propor uma “pauta mais positiva”! Disse que os investimentos foram feitos, que ele foi quem promoveu concursos públicos, mas não deu solução alguma!

A “cereja do bolo” quase deu indigestão no funcionalismo público que assistia a entrevista no horário do almoço: Jackson Barreto confirmou as suspeitas da oposição de que não tinha os recursos em caixa para o pagamento do 13º salário em dezembro próximo e que já recorrerá ao mesmo artifício de 2015: o Estado será o “fiador” de um empréstimo a ser tomado pelos servidores públicos junto ao Banco do Estado de Sergipe (Banese). Em síntese: o governo dele teve um ano para se planejar, se estruturar financeiramente, equilibrar as contas, mas como estamos em um ano eleitoral, pelo visto, o governador não deve ter pensado nisso...

Concluindo este comentário, e sendo repetitivo, Sergipe tem mesmo suas peculiaridades. Um governador que transformou o Estado no mais violento do País, que atrasa e parcela salários, que não concede reajuste desde 2013 e que, segundo o Ministério Público Estadual, não cumpre suas obrigações constitucionais, concede entrevistas tripudiando e agredindo seus adversários, como se fosse um exemplo de gestor público. Jackson é um vitorioso, é uma grande liderança política e popular, mas precisa aprender um pouco a ser governador. O exercício do cargo lhe exige algumas condutas, dentre elas, duas das principais: postura e equilíbrio!

Fonte:  iSergipe (Habacuque Villacorte)

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