quinta-feira, 12 de julho de 2018

"E 2018 SERÁ O ANO DA VIRADA CIDADÃ?", QUESTIONA SERVIDOR.


Como é sabido por todos, 2018 é ano eleitoral e o povo terá em mãos a grande oportunidade de mudar o rumo do país. Logo, podemos compreender que muito se espera de 2018. Mas pergunto: Será mesmo?

Inicialmente, não é de bom tom olvidarmos que os últimos anos foram marcados por atos públicos, discursos acalorados, posicionamentos radicais, palavras de ordem e apoio a personagens da política ,brasileira, do judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal, etc. Afinal de contas, algo teria que mudar! O povo estaria mudado, mais consciente! Os cidadãos de “bem” não aguentavam mais tantos desmandos! Os jovens rogavam pela retomada do protagonismo político e social.

Observadas essas manifestações políticas-ideológicas de quem buscavam ser ouvidos, percebe-se o surgimento de grupos paralelos com discursos de boas práticas políticas, sociais e econômicas, multiplicando cada vez mais, em inúmeros movimentos que cobravam ordem e restauração do nacionalismo e patrimonialismo dos bens sociais geridos pelos entes públicos.

Então o povo foi às ruas com as caras pintadas, panelaços, coxinhas, patinhos, greves, quebra-quebra em vias públicas, apoio às greves de categorias, fechamentos de rodovias, fechamento temporário do Congresso Nacional, impeachment da Presidente, prisões de grandes políticos, surgimento de “novos heróis brasileiros” com o consequente endeusamento de membros do Judiciário, MP, PF, dentre outros. A princípio, o povo teria mudado!

Apensos a tudo isso, surgem os analistas e gurus políticos, que remodelaram as bandeiras levantadas por eles, trocando no máximo nomes de projetos, ações e posições e se infiltraram naquilo que o povo batizava como de origem popular, qual seja: a necessidade de colocar em Brasília e nas chefias dos estados, políticos novos e decentes como meta para as eleições de 2018.

Excelente, não é? Seria, caso o povo ainda estivesse atento às movimentações da encanecida oligarquia política. Todavia, nos esquecemos de que os velhos políticos também controlam e conhecem da arte de enganar, e para isso contam com a ajuda do povo, que por mais uma vez dá sinais que ainda continua sendo coadjuvante no cenário político nacional, estadual e municipal. Logo, percebe-se que em 2018 pouca coisa mudará.

Trazendo a discussão para o cenário estadual, verifica-se que o terreno que outrora demonstrava ser fértil começou a ruir, estremecer, a causar-nos arrepios, pois ninguém ainda é de ninguém, e o pior, ainda há fortes manifestações de políticos e do povo pelo apego a cargos e vantagens pessoais, desnudando mais uma vez o caráter e a personalidade dos novos-velhos da política sergipana e dos eleitores, fato bem perceptível nos últimos dias em nosso pequeno e sofrido estado.

Ora, como se esperar algo novo se ainda vivemos e regamos um ambiente que em sua quase totalidade é tomado por “areia movediça”, plantas carnívoras e seres peçonhentos? Como esperar o surgimento de boas práticas políticas se os eleitores ainda fomentam ações ora combatidas, pelo menos nos discursos? Os políticos mudarão se os eleitores continuarem os mesmos? É óbvio que não.

Em conversas distraídas em rodas de amigos e simpatizantes das mais variadas ideologias partidárias, os discursos são afrontantes às práticas, aos posicionamentos, às pessoas (políticos) defendidas (os), etc, visto ser perceptível que as bandeiras erguidas para políticos “A” ou “B” destoam das ações, discursos e posições defendidas.

Portanto, a meu ver, não se concebe de forma coerente, lógica e aceitável, que alguém afirme não votar em um político ficha suja, mas que irá votar em outros já condenados em várias instâncias do poder Judiciário. Então pergunto: isso representa mudança?

Permitam-me uma pequena digressão no direcionamento do texto, mas não podia me furtar em falar do show de incoerências que tem permeado o solo da Câmara Municipal de Vereadores de Aracaju, no entanto, cabe ao povo, se possível for, dar a devida resposta em momento oportuno.

Por derradeiro, rogo que fiquemos atentos às manifestações públicas de todos os envolvidos nesse processo eleitoral, sejam os eleitores ou pretensos candidatos, para que não sejamos traídos pelos discursos momentâneos e impensados, como fora de alguns políticos que em um determinado momento destilou discursos emotivos, negando candidaturas ou alianças, criticando gestões ou defendendo-as, mas que reverberar por muito tempo nas bocas e ouvidos dos eleitores, políticos e imprensa.

Artigo escrito por Fábio José Valença Cardoso é  brasileiro, eleitor, servidor público estadual, capaz.

Fonte:  Faxaju

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