quinta-feira, 21 de março de 2019

VAIADO PELOS SERVIDORES, BELIVALDO "AMARGA" O ÔNUS DE QUEM "AINDA NÃO RESOLVEU"!


Reeleito com mais de 300 mil votos de diferença em outubro de 2018, menos de cinco meses depois, o governador Belivaldo Chagas (PSD) sentiu no final da manhã dessa quarta-feira (20), no plenário da Assembleia Legislativa o “lado amargo” do Poder: aplaudido, abraçado e até “bajulado” por muita gente até então, o “galeguinho” recebeu uma sonora vaia e ouviu gritos de protestos de diversos representantes de entidades sindicais que lotaram as galerias da Alese, na expectativa de “novidades” a serem apresentadas pelo chefe do Executivo.

Belivaldo, diga-se de passagem, fez a campanha “prometendo resolver” os problemas de Sergipe. Justiça seja feita, apesar de já caminhar para um ano a frente do Executivo, não seria exagero algum defender um pouco mais de tempo para o governador “arrumar a casa”. Mas criou-se uma expectativa grande sobre a ida do “galeguinho” à Alese. Ele, inclusive, prometeu diversas vezes que iria “escancarar” as finanças públicas. Não debater o assunto com os deputados, de situação e (principalmente) de oposição, é uma decisão, no mínimo, contraditória.

Com todo respeito, o governador fez a exposição da “mesmice”. Usou seu tempo para dizer aos deputados e presentes o que todos já sabem: o Estado está ‘quebrado’, busca desesperadamente por fontes de arrecadação e é refém dos investimentos do governo federal. Belivaldo falou em intensificar a busca por Parcerias Público-Privadas (PPP) para entregar espaços públicos ao setor privado, mas não trouxe nada de “animador” para o funcionalismo: aliás, anunciou que enviará, nos próximos 15 dias, um pacote de projetos (ou seria de maldades?) para a apreciação dos deputados estaduais.

Terminada a apresentação, os deputados estaduais não se convenceram com os argumentos do governador de determinar que os secretários de Estado estariam à disposição para serem convocados e darem informações. A sessão foi encerrada e quem queria questionar a Belivaldo, individualmente, não gostou da estratégia governista e reagiu. Das galerias, na expectativa por notícias sobre o futuro, os servidores presentes ficaram frustrados e “saudaram” o “galeguinho” com uma sonora vaia, seguida de gritos de “vergonha!”.

O governador e seus aliados tentaram minimizar o constrangimento e disse que estaria a disposição dos deputados quando fosse requisitado. Pronto para ser questionado publicamente por parlamentares, diante de assessores e do funcionalismo, o “galeguinho” recuou, se esquivou e tergiversou. Sentiu na pele, da pior forma, um choque de realidade, a queda de sua popularidade, o ônus de quem chegou para resolver, mas que ainda não o fez. Aos “defensores de plantão” é bom que se frise: Belivaldo não está no cargo mediante força ou imposição.

Ele colocou seu nome para apreciação do povo sergipano e foi reeleito por ampla maioria. Sua exposição na Alese não o comprometeu em nada, mas o debate amplo poderia trazer respostas importantes para o próprio governo. Uma contradição já que, durante seu discurso, Belivaldo anunciou que contava com o apoio de todos. O primeiro gesto de quem precisa seria ouvir quem pode ajudar, ou não? Que fique bem claro: as vaias dessa quarta-feira não se restringem a um fato específico, mas sinalizam o “som que vem das ruas”. Há algo muito errado. Não precisa desenhar…



Veja essa!

Se a repercussão das vaias ao governador foi grande nos bastidores da Alese, nas redes sociais o assunto se propagou ao longo da quarta-feira. Representantes de diversas entidades sindicais trataram, rapidamente, de espalhar os vídeos feitos durante a sessão e a avaliação foi negativa para o Executivo.

E essa!

As mídias tradicionais ainda estão consolidadas, mas é inegável a força que tem as redes sociais. Através delas, rapidamente, muita gente tomou conhecimento do que acontecia na Alese. Entidades sindicais prometem apertar o cerco para cobrarem do governo, possivelmente nas próximas sessões.

Fonte: coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte


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