quarta-feira, 19 de junho de 2019

POLICIAIS AMEAÇAM PARALISAR ATIVIDADES SE GOVERNADOR NÃO DIALOGAR. PMs E BMs TAMBÉM TÊM DEMONSTRADO SUAS INSATISFAÇÕES COM O GOVERNO, PONTUOU O ASSESSOR JURÍDICO DA ASPRA/SE.


Sem revisão salarial há mais de seis anos e com problemas na reestruturação dos cargos, policiais civis se revoltam e ameaçam paralisar atividades se o Governador Belivaldo Chagas não receber a categoria para dialogar. Na próxima quarta-feira, 19, os policiais realizarão novo ato público no palácio dos Despachos para cobrar um posicionamento do Governo do Estado.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol), Adriano Bandeira, já são mais de seis anos de salários congelados, deixando a categoria desmotivada e se sentindo desvalorizada.

“Nossas mobilizações priorizam atos pacíficos, irmanados com a sociedade e destacando que os policiais civis estão no limite do tolerável no tocante ao descaso do Governo de Sergipe. Estamos trabalhando nas delegacias dos 75 municípios, dialogando com a categoria e conhecemos as expectativas similares de cada policial civil e suas famílias. Queremos respeito, valorização profissional e temos trabalhado muito para provar que temos dado resultado. Mas a contrapartida de todo esse empenho e dedicação profissional infelizmente ainda não chegou”, ressalta Adriano.

Ainda de acordo com o presidente do Sinpol, Sergipe continua sendo um estado violento e não possui políticas públicas efetivas para segurança. Ele cita, inclusive, que as operações policiais realizadas são de grande apelo midiático e não resolve a situação.

“Continuamos entre os primeiros colocados no ranking da violência conforme dados divulgados recentemente pelo Atlas da Violência de 2019. Roubos, furtos, estupros de vulneráveis e até mesmo homicídios têm sido destaque diário nos meios de comunicação do nosso estado, que inclusive é o menor do país e não consegue conter sequer as pequenas ações delituosas do cotidiano. Não estamos falando ainda nem de grandes organizações criminosas. As pessoas permanecem com medo e essa sensação de insegurança só tem aumentado. Não se planeja ações de segurança sem se aproximar dos policiais e sem compreender seus anseios”, disse Adriano.

As condições de trabalho não são as ideais, segundo o presidente afirma, no entanto, as dificuldades estão sendo superadas, e os policiais estão respeitando as peculiaridades de cada local de trabalho. “Até hoje não temos alojamentos femininos nas delegacias. Homens e mulheres são obrigados a dividir o mesmo espaço ao passarem dias e noites fora de seus lares. Se o policial não estiver em local de trabalho razoável, não conseguirá prestar um serviço de qualidade ao cidadão. Falta equipamentos adequados, viaturas e efetivo insuficiente são reclamações constantes. Os policiais civis estão cansados em diversos aspectos, não é apenas uma questão financeira”, conta o presidente.

Apesar de terem solicitado de maneira formalizada, os policiais civis ainda não foram recebidos pelo governador Belivaldo Chagas para negociação. “Entretanto, ainda acreditamos no diálogo”, reitera Adriano.

Os Policiais Militares e Bombeiros de Sergipe também estão na onda de insatisfação com o governo. O assessor jurídico da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra/SE), Márlio Damasceno, conta que os trabalhadores estão na luta pela reposição inflacionária, reajuste do ticket alimentação, e os reformados ainda estão indignados com a retirada do benefício.

“A categoria está se sentindo desvalorizada. Estão perdendo direitos adquiridos há mais de 30 anos. Recentemente o governador Belivaldo declarou que não tem tempo para discutir com sindicatos, e isso deixou o pessoal ainda mais revoltado. Até agora ele não recebeu a categoria de forma alguma”, revela Márlio.

Problemas maiores estão acontecendo com os Bombeiros Militares, que, segundo Marlio, teve redução no quadro de mergulhadores e agora apenas uma equipe atua em todo o estado. “Hoje são pouco mais de 500 bombeiros atuando no estado, só que tem aqueles que trabalham no administrativo. Em Aracaju eram cerca de 22 equipes de guarda-vidas, no entanto, hoje só existe uma equipe que é colocada numa caminhonete para ficar circulando e dar conta. A situação dos bombeiros é a mais crítica", conta.

Fonte:  Jornal da Cidade

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