segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

SÓ COM UNIDADE MILITARES SERGIPANOS TERÃO SEUS PLEITOS ATENDIDOS PELO GOVERNO.


Os líderes das entidades que representam os policiais militares em Sergipe precisam adotar um discurso de unidade. Tem horas em que cada um parece querer defender a “sua sardinha”, seja por um conflito de interesses ou por pura vaidade. É evidente que existem problemas também na estrutura da Polícia Civil – o objetivo deste comentário não é fazer comparações – mas apesar de sempre existir o contraditório, para a sociedade a impressão é que lá existe mais unidade.

É compreensivo que dentro da estrutura da PM exista um conflito entre “militares e militância”. As assembleias da categoria, das associações unidas (ou desunidas) provam isso: poucos comparecem! Uma categoria que sempre lutou para manter sua representação nos parlamentos é o Magistério. A ex-deputada Ana Lucia (PT) fez história na Assembleia Legislativa, hoje muito bem substituída pelo deputado Iran Barbosa (PT), que manteve a “chama acesa” durante suas passagens na Câmara Municipal de Aracaju e na Câmara Federal.

Os militares têm três representantes na CMA atualmente: os vereadores Cabo Didi (Cidadania), Cabo Amintas (PTB) e Zezinho do Bugio (PTB) e cabe a eles liderar esse movimento naquele parlamento e junto à opinião pública. O mesmo vale para o deputado estadual Capitão Samuel (PSL), na Assembleia Legislativa. Mas mesmo com tanta “representação”, a coisa não “engrena”, o discurso não se alinha. São vários anos de luta por melhorias salariais, por mais valorização e melhores condições de trabalho. Mas entre eles falta unidade...

Não basta liderar os movimentos e manifestações dos militares apenas no ano da eleição! Quem elege – e reelege – é a corporação! Tem que se fazer presente sempre, levantar a bandeira sempre! É preciso mobilizar, cobrar, exigir melhorias. E aqui não se trata de um “estímulo” para que a tropa afronte o Comando da PM. Não é isso! Mas o governo do Estado já deu demonstrações de “frieza” e sem luta não há conquista! Há quanto tempo o ticket alimentação do militar é R$ 8?

Até para dialogar com o governo, para sentar-se à mesa de negociação e se impor, a família militar precisa de unidade. Os líderes de Associações e entidades devem fazer essa reflexão. O Brasil hoje é presidido por Jair Bolsonaro. Odiado por muitos, amado por milhões. Há muito tempo um presidente da República não valorizava tanto os militares. Pelo País já temos governadores, senadores, deputados federais e estaduais eleitos em 2018 nesta “tendência”. Os militares de Sergipe precisam mudar a direção, precisam acreditar que podem. Em 2020 ou se unem para vencer ou vão perder sem se entenderem...

Veja essa!

As Associações Unidas da Polícia Militar, em nota, informam que a categoria decidiu unir-se às demais áreas da Segurança Pública no dia 19, no protesto programado em frente ao Palácio dos Despachos. Será um dia de mobilização, conscientização e pressão no “galeguinho”...

E essa!

A mobilização é contra o atraso e a defasagem salarial grave e sem precedentes. Os profissionais da segurança pública farão doação de sangue no IHHS (Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Sergipe) às 7 horas. Durante o ato, serão distribuídas as cartilhas do Policia Legal, ações que abrangem Policiais e Bombeiros Militares, que orientará esses profissionais a agir estritamente dentro do dever legal.

“Polícia Legal”

Na nota as Associações explicam o movimento “Polícia Legal”. “São sete anos sacrificando suas famílias e agora precisa de um basta. Os militares são reféns dos bicos e dos extras pra completar sua renda. Sofrem com descaso do Governo do Estado que nada tem feito para melhorar as condições de trabalho e dar dignidade aos homens e mulheres que até aqui têm honrado com seus deveres”.

Violência I

Em janeiro passado este colunista já vinha alertando sobre a “onda de violência” que tomava conta de Sergipe. Mesmo sem ser especialista no assunto, quem acompanha o dia a dia do Estado percebe essa “movimentação” do crime. Em 2019 o Brasil registrou uma “queda histórica” no número de assassinatos.

Violência II

Os números são dos pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Núcleo de Estudos da Violência da USP. Mas, em contrapartida, no último trimestre do ano (outubro a dezembro) um terço dos estados teve uma alta de assassinatos, e Sergipe está entre eles.

Violência III

Santa Catarina, por exemplo, teve um aumento de 23,8% dos assassinatos em comparação com o último trimestre de 2018. Os outros estados que tiveram alta foram: Rondônia, Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Amazonas, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Sergipe

No comparativo com o mesmo período de 2018, Sergipe apresentou uma alta de 4,7%, atrás apenas da Bahia (4,8%), Rondônia (9%) e Santa Catarina (23,8%). Se alguém vai avaliar apenas como uma “variação circunstancial”, talvez esse crescimento tenha relação direta com a insatisfação dos profissionais da Segurança Pública, seja civil, seja militar.


Surtos

A prova é tamanha que cresceram os casos de “surtos psicológicos” de profissionais da segurança pública no Estado, chegando a colocar suas próprias vidas e de seus familiares em risco. O Governo focou apenas em “números” para reduzir os índices de violência e esqueceu-se do “homem”. Hoje o quadro voltou a ficar desfavorável...

Fonte:  coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte

Nenhum comentário:

Postar um comentário