sexta-feira, 19 de junho de 2020

AS AUTORIDADES SILENCIAM, MAS O ANO LETIVO DO ENSINO PÚBLICO ESTÁ PERDIDO!


Não é com alegria que este colunista chega a esta constatação, mas é com a necessidade de dizer a verdade para a população: o ano letivo do ensino público está realmente perdido! E aqui não se trata de uma crítica ao governador Belivaldo Chagas (PSD) e nem aos 75 prefeitos municipais sergipanos, mas de uma constatação! Há quem fale sobre a falta de investimentos em tecnologia, há quem diga que o ensino público no País não se preparou (e nem se equipou) para fortalecer o ensino à distância, mas esta é uma narrativa antiga, que soa bem aos ouvidos, mas que quase nunca vem para a prática.

Estamos lutando contra uma pandemia. Não temos vacina, não sabemos onde exatamente o “inimigo” se encontra e, diante de tantos “assintomáticos”, nem temos consciência de quantas pessoas ao nosso redor podem estar infectadas ou até já podem ter superado o coronavírus. Este “adversário oculto” instituiu uma dúvida na mente das pessoas, há um verdadeiro temor. A própria mídia, diga-se de passagem, tem uma parcela grande de responsabilidade nisso. Por questões diversas, literalmente “tocou o terror” para a população!

No nosso Estado já se fala em retomada da economia, do comércio, das igrejas e até do futebol, mas ninguém fala na Educação! Há anos que o ensino público de Sergipe atravessa uma profunda decadência. O Sintese e os professores da Rede que me perdoem, mas temos os priores índices do País e nesta hora a “culpa” não é apenas dos governantes. Muitas vezes, a escola não tem a estrutura necessária, para a qualidade do ensino, mas o piso do magistério já é uma realidade e está garantido por lei. Se alguém não cumpre, aí vira uma questão judicial…

Mas diante desses péssimos indicadores que já temos do passado, do presente e até das projeções que eram feitas para o futuro, e ainda diante do “silêncio” das nossas autoridades sobre qualquer perspectiva para os alunos da rede pública, não precisa ser “especialista em educação” para reconhecer que o ano letivo está perdido! Basta conhecer a realidade do ensino, o cotidiano das escolas, as dificuldades e as distorções em relação, por exemplo, aos alunos da rede privada.

Hoje um pai de família, mesmo sem muitas condições financeiras, “sangra” seu orçamento para colocar seu (s) filho (s) em uma escola particular, seja ela das mais qualificadas ou até aquele colégio no bairro, mais próximo de casa. Ele não quer “ostentar”, mas garantir que aquela geração realmente adquira um bem muito particular: o conhecimento. Sobre as medidas de flexibilização, veja a “prioridade” que tem a Educação? Colégios e faculdades não têm qualquer previsão para o retorno! A rede privada tem o ensino à distância, mas e a escola pública?

Aqui em Sergipe temos uma “particularidade”: a TV Aperipê tem feito vídeos-aulas e os professores estão em contato com os alunos. A primeira observação é que a nossa tv pública só abrange cerca de 42 dos 75 municípios. E os demais? Mas, ainda assim, se com as aulas presenciais a qualidade de ensino já é péssima, imagine à distância? É preciso ser verdadeiro com a população, é preciso reconhecer as falhas e distorções. O coronavírus “destruiu” o ano letivo de 2020! Isto é fato! Agora é preciso se preparar melhor para “salvar” os próximos anos, as próximas gerações…

Veja essa!

É preciso que o governo do Estado se posicione, em breve, sobre o ano letivo escolar da rede pública. Mesmo com muitos questionamentos, as escolas particulares estão dando continuidade, passando conteúdo para os alunos através das “vídeo-aulas” ou “videoconferências” através da internet.

E essa!

Agora os alunos da rede pública, que em sua maioria não tem acesso a esta tecnologia, estão sem aulas presenciais até o próximo dia 30, boa parte não tem acesso às aulas que são ministradas e transmitidas pela TV Aperipê, sem contar que as férias dos estudantes e professores já foram antecipadas.

E o ano letivo?

Será que a suspensão das aulas será prorrogada por mais 30 dias? Será que o ano letivo tende a iniciar em agosto? E vai terminar quando? O rendimento dos alunos não fica comprometido? São perguntas que toda a comunidade escolar está se fazendo e que o governo do Estado precisa apresentar respostas, o quanto antes…

Fonte:  Faxaju (Habacuque Villacorte)

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