segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

"EM RELAÇÃO À PANDEMIA, O GOVERNO DO ESTADO NÃO FOI NEM DE ESQUERDA, NEM DE DIREITA", DIZ CAPITÃO SAMUEL.

Nesta entrevista para o Jornal da Cidade, o parlamentar adiantou estar pré-candidato a deputado federal nas eleições de 2022, mas que ainda não tem partido para poder disputar a vaga – afinal, irá realmente sair do PSC

O deputado estadual Capitão Samuel (PSC) afirmou que o governo de Belivaldo Chagas (PSC) “tem tido coragem” com relação às medidas adotadas durante a pandemia. Para ele, não houve da gestão “nenhuma ação que tenha prejudicado definitivamente a população”.

Nesta entrevista para o Jornal da Cidade, o parlamentar adiantou estar pré-candidato a deputado federal nas eleições de 2022, mas que ainda não tem partido para poder disputar a vaga – afinal, irá realmente sair do PSC. Além disso, aproveitou para detalhar as fiscalizações nos preços de combustíveis em Sergipe. “Poderíamos reduzir à metade o valor da gasolina paga hoje, se por acaso os governadores de todo o brasil concordassem com o presidente”, opina. Acompanhe o conteúdo completo a seguir:

JORNAL DA CIDADE - O senhor vai integrar a partir de agora o grupo da oposição, é isso? Por que só agora? O que aconteceu?
CAPITÃO SAMUEL – Eu vou continuar como sempre fiz esse mandato. Um mandato independente e livre e que ouve os meus eleitores, respeito a todos e solicito a todos que respeitem também a opinião dos meus eleitores, que é a minha no parlamento.

JC – Sua atuação irá mudar nesses dois últimos anos de mandato? Qual será a sua principal bandeira?
CS – Os próximos dois anos de mandato eu vou continuar exatamente com a coerência que tinha e da forma que venho fazendo. Fazendo um grande projeto social, que é o Batalhão da Restauração, votando com as nossas convicções e dialogando com oposição e governo respeitando a todos, como sempre fiz.

JC – Com relação à sua filiação ao PSC, como está o relacionamento dentro da sigla? Existe um diálogo com outro partido? Qual ou quais?
CS – Estamos dialogando com o Democratas, MDB e com o PL sobre a nossa possível pré-candidatura a deputado federal por esses partidos. São os três que tenho conversado, além do Republicano, que nos convidou para um diálogo também no mesmo sentido. Mas, independente do partido, a ideia é uma pré-candidatura a deputado federal em 2022.

JC – O senhor vem realizando constantemente fiscalizações com relação aos reajustes dos combustíveis, o que de fato vem acontecendo? Há diálogo com o governo estadual ou federal sobre isso?
CS – A nossa fiscalização começou porque estava um absurdo, o governo federal abaixando o preço dos combustíveis e aqui em Sergipe não baixava. Chegou ao ponto da Petrobras vender a R$ 0,91 e em Sergipe o litro do combustível estar a R$ 4,70. A nossa fiscalização é quanto aos preços para orientar o consumidor no sentido de escolher o preço mais barato e o posto que preste o melhor serviço. Porque entendo e compreendo que o consumidor consciente regula o mercado. Em relação a diálogo com donos de postos e governo estadual, isso fica a cargo do sindicato dos postos, que deve conversar com o governo visando reduzir a carga tributária em cima dos combustíveis. Sergipe cobra 29% em cima da gasolina e é a maior tarifa do Brasil, junto com mais oito estados que cobram o mesmo. Então, o sindicato dos postos tem que negociar com o governo para ver a redução da carga tributária. No meu caso, é orientação do consumidor para que preste atenção no que está acontecendo com os preços, valorize aqueles que dão desconto e qualidade no serviço, assim o mercado sempre fica regulado, independente da negociação do sindicato com a Petrobras e governo federal e estadual com relação a impostos. Sabemos que o presidente Bolsonaro já sinalizou para os governadores que se desejar zerar os impostos o presidente toparia zerar os impostos federais. Ou seja, poderíamos reduzir à metade o valor da gasolina paga hoje, se por acaso os governadores de todo o Brasil concordassem com o presidente da República e reduzissem os impostos dos combustíveis. 

JC – Com relação ao andamento das atividades na Assembleia Legislativa, como o senhor analisa? Os seus projetos são apreciados?
CS – Na Assembleia, eu nunca tive problemas com os projetos de lei que apresentei, apenas tive dificuldade, e continuo tendo, com o projeto que o Executivo não se interessa, que é a PEC da Polícia Penal. Mas vamos continuar insistindo para que tramite na Assembleia Legislativa, em respeito a todos os policiais penais que fazem um grande trabalho nos presídios sergipanos. w JC – Sobre a atuação do governo estadual, qual vem sendo a sua análise? CS – Nós estamos vivendo um momento de pandemia. Então, mudou tudo... o governo federal, o governo estadual e municipal, cada um seguindo a sua gestão dentro de um mundo diferente. Então, eu acho que, em relação à pandemia, o Governo do Estado não foi nem de esquerda e nem de direita, ele ficou de centro. Nas atitudes, em alguns momentos, mesmo eu discordando, não vi nenhuma ação que tenha prejudicado definitivamente a população. Inclusive, nesse momento, o governo tem tido coragem de manter o comércio aberto e as atividades econômicas girando com os cuidados devidos. Eu acho que Sergipe está indo num caminho para passar essa pandemia com tranquilidade, chegada a vacina. Nesse caminho todo, a única coisa errada foi os parlamentares federais em Brasília, que não tiveram a coragem junto com o Supremo Tribunal Federal de ter cancelado a eleição. Em um momento desse, de pandemia, sem vacina, jamais poderia ter acontecido. Todos nós sabíamos que eleição vira Carnaval e foi o que aconteceu. Veja o que deu em vários Estados. Graças a Deus, Sergipe ainda continua numa situação bem melhor que outros estados. Mas, com certeza, não deveria ter havido eleição, o Brasil gastou mais de R$ 10 bilhões e que se fosse ver esse dinheiro iria sobrar e poderia ter sido para comprar vacina, investir em hospitais. Nós unificaríamos as eleições e ficaria de quatro em quatro anos, seria uma economia para o país e uma tranquilidade para a população. 

JC – Com relação ao cenário político para as próximas eleições, o Capitão Samuel vai para a reeleição? Ou pretende uma vaga em Brasília – qual seria?
CS – Pretendo a pré-candidatura a deputado federal e estou vendo o partido, porque a maioria dos temas que são de interesse da população são temas decididos na Câmara Federal e no Senado. Infelizmente, o parlamento estadual ficou muito tolhido pela Constituição Federal sobre os temas que pode legislar. Isso torna desestimulante a vida política, por isso vamos tentar oferecer à população sergipana uma alternativa de pré-candidatura federal nova e diferente, que a gente possa representar os nossos eleitores na Câmara Federal, especialmente a bandeira da família e o combate efetivo de todas as formas a liberação e o tráfico de drogas.

Fonte:  Jornal da Cidade (Mayusane Matsunae

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