quinta-feira, 10 de março de 2022

APÓS A RASTEIRA DE BELIVALDO, SOMENTE A ENTREGA DOS CARGOS DA SSP PRESERVARÁ O QUE NOS RESTOU DE DIGNIDADE.


Faltam adjetivos para qualificar o tratamento que o Governo de Sergipe vem dando às categorias policiais, seja em suas ações isoladas, seja em sua atuação no movimento denominado Polícia Unida.

A conclusão a que se chega é que o governador Belivaldo Chagas nunca quis efetivamente atender às demandas, para tanto utilizando-se do excesso de burocracia e de manobras torpes para ganhar tempo.

A Mesa de Negociação, por exemplo, não passou de um engodo, um truque de salão para iludir as lideranças sindicais e associativas, fazendo-os pensar que havia um diálogo real, um processo dialético em que, das teses e antíteses apresentadas por cada lado envolvido, surgiria uma síntese não totalmente satisfatória, mas que ao menos alçasse os trabalhadores da segurança pública a um patamar menos aviltante.

Com o anúncio oficial divulgado no inicio da noite desta segunda-feira, 07, aludindo a um reajuste de meros 7% (sete por cento) sobre as tabelas de subsídio de todas as categorias policiais, consumou-se o golpe que vinha sendo urdido nos bastidores do poder, da maneira mais sórdida e despudorada possível.

A essa altura, não nos resta muito a fazer além de exercitar o jus sperniandi.

Mas uma medida carregada de simbolismo poderia não só expressar toda nossa indignação como restaurar em parte nossa dignidade vilipendiada por um governo cínico e insensível: a entrega conjunta, imediata e simultânea de todos os cargos de chefia da Polícia Civil, desde a chefia de alguns departamentos e diretorias, até o cargo de Delegado Geral da Polícia Civil – medida essa extensível à Polícia Militar e Bombeiros Militares;

Afinal de contas, de que serve chefiar uma instituição que, a despeito de apresentar os melhores indicadores da Administração Pública, é malbaratada por um Governo cuja insensibilidade e indiferença exalam por todos os poros?

Assim, exorto aos colegas ocupantes dos cargos de chefia que renunciem em bloco, deixando Belivaldo Chagas administrar sozinho a Polícia que ela tanto despreza, a menos, evidentemente, que seu apego ao poder valha mais do que seus colegas e sua carreira, o que os torna inapelavelmente cúmplices de um governo tirano, mentiroso e debochado.

Artigo escrito por Paulo Márcio Ramos Cruz

Delegado de Polícia Civil

Fonte:  Faxaju

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