FEMINICÍDIOS CRESCEM 16,8% EM SERGIPE EM 2021.

Foram registrados 20 crimes letais contra mulheres no ano passado

Os crimes letais contra as mulheres cresceram em Sergipe no ano de 2021. Conforme dados divulgados no Anuário da Violência 2022, foram registrados em 2020 um total de 14 femincídios no Estado. Já no ano seguinte, com um crescimento de 16,8%, os casos saltaram para 20 ao total. No Brasil, segundo o levantamento, foram registrados 1.354 feminicídios em 2020, e 1.341 em 2021. Ou seja, houve uma redução nos crimes letais contra a mulher no país, no entanto, conforme o próprio anuário, não significa que houve diminuição da violência. Pelo contrário, houve um “sensível aumento das denúncias de lesão corporal dolosa e das chamadas de emergência para o número das polícias militares, o 190, ambas no contexto de violência doméstica, assim como aumento dos casos notificados de ameaça (vítimas mulheres)”.

A quantidade de medidas protetivas de urgência solicitadas e concedidas também tiveram aumento considerável no país. Em Sergipe, por exemplo, os registros de lesão corporal dolosa contra mulheres saltaram de 1.224 em 2020 para 1.533 em 2021. As medidas protetivas de urgência distribuídas pelos Tribunais de Justiça no Estado também cresceram de 2.208 para 2.646 de um ano para o outro; assim como as medidas concedidas aumentaram de 1.634 em 2020 para 2.610 no ano passado. Em 2022, segundo dados divulgados pela Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim), da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), já foram registrados nove feminicídios.

De acordo com a delegada da mulher, Renata Aboim, a Polícia Civil de Sergipe trabalha de maneira especializada, por meio do Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DEAGV), onde funciona a Delegacia da Mulher, no combate aos crimes de violência doméstica. Ela reforça o alerta da denúncia, pois se feita de maneira precoce é capaz de “barrar a violência”. As denúncias podem ser realizadas por meio da central 190 ou 181. “Os canais de denúncia estão abertos e em pleno funcionamento durante 24h por sete dias da semana. A gente acredita que a denúncia consegue romper o ciclo de violência e evitar que ela evolua até um feminicídio. O agressor da violência doméstica sempre dá sinais, desde o início do relacionamento ele demonstra um ciúme que muitas vezes começa de uma forma sutil, porém com o tempo vai aumentando. É importante que as mulheres estejam atentas a estes sinais e efetuem as denúncias, que procurem a delegacia de polícia”, reitera.

Fonte e foto:  Jornal da Cidade (Laís de Melo)