quinta-feira, 13 de outubro de 2022

MARIDO QUE MANDOU MATAR A PROMOTORA DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO MARIA APARECIDA, É PRESO EM SERGIPE.


Foi preso em Sergipe no início da tarde desta terça-feira, dia 11 de outubro de 2022, José Aderval Clemente, o marido suspeito de mandar assassinar a tiros a própria esposa, a promotora de justiça do Estado de Pernambuco, “Maria Aparecida da Silva Clemente”. Crime ocorrido em abril de 2001. O suspeito estava em uma casa no Conjunto Bugio, zona oeste de Aracaju, quando recebeu a voz de prisão temporária do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (GAECO-MPPE), que contou com o apoio e colaboração do GAECO de Sergipe (MPE/SE).

Após ser detido no Bugio, a equipe do GAECO de Pernambuco comandada pelo major Hilberto Neto e seus auxiliares: sargento Clécio Correia e o escrivão de polícia civil, Rafael Spineli, conduziram José Aderval para Central de Flagrantes no Bairro Santos Dumont, zona norte da capital, onde foram formalizados os procedimentos administrativos de sua prisão.

O Portal Imprensa1 flagrou algumas imagens EXCLUSIVAS da chegada do preso a delegacia escoltado pelos GAECOS de Sergipe e Pernambuco. A atual companheira de Aderval, acompanhou a operação do Bugio até a delegacia.

SOBRE O CRIME

De acordo com as investigações da polícia e do Ministério Público de Pernambuco, a promotora de justiça Maria Aparecida da Silva Clemente, de 46 anos, foi abordada por cerca de quatro homens armados no estacionamento do supermercado Carrefour, no bairro Torre em Recife, na manhã de sábado, do dia 07 de abril de 2001.

Era por volta das 10h40, quando o grupo criminoso chegou ao local em um Gol branco e renderam a promotora Maria Aparecida e a levou em seu próprio carro (Golf azul), até o lixão do município de Igarassu, região metropolitana de Recife. Lá, eles efetuaram dois disparos de arma de fogo na cabeça da promotora, e de posse dos cartões da vítima, efetuaram saques e compras para simularem um sequestro relâmpago, seguido de latrocínio (roubo seguido de morte).

Horas depois, moradores da região encontram o corpo da promotora e acionaram a polícia. No dia seguinte, o carro Golf Azul de Maria Aparecida foi localizado abandona no bairro nobre de Recife “Poço da Panela”.  Na época, o esposo da promotora Aparecida, o empresário, José Aderval Clemente, foi ouvido e teria dito que sua esposa poderia ter sido vítima de sequestro, crime muito comum na região metropolitana do Recife. Só que com o andar das investigações, Aderval começou a ser apontado como suspeito de ser o mentor do crime. Pois, a promotora tinha saído da sociedade empresarial com ele, por não aceitar desvio de conduta do mesmo. Ele sonegava impostos e usava empresas laranjas que deram um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 1 milhão de reais. Pela postura retilínea e defensora da Lei e da Ordem, a promotora ainda pediu a separação conjugal.

No dia 11 de Novembro de 2011, após oito anos do assassinato da promotora, o Ministério Público de Recife e a Polícia Civil denunciaram cinco homens pela autoria do crime, entre eles, o viúvo da vítima, o empresário José Aderval Clemente, de 52 anos, apontado como mandante da execução da esposa. Mas, ainda faltava uma ligação direta entre ele e os assassinos. Um delegado em caráter especial, retomou o processo investigativo e uma pista surgida em 2004 “um revólver calibre 38 apreendido em um processo na comarca de Paulista, foi o que faltava para ligar uma coisa a outra”.

O revólver havia sido apreendido em 2001 com João Lucélio do Nascimento, preso então em decorrência de outros crimes. Em 2004, informes davam conta de que ele estaria envolvido na morte da promotora e um exame de balística comprovou que o revólver foi o utilizado para assassinar Maria Aparecida.

No entanto, as testemunhas de João Lucélio garantiam que ele estava em uma festa de aniversário no momento do assassinato e que o revólver foi adquirido por ele depois da morte da promotora.

Com a retomada das investigações, em julho do ano passado, o Nimp e a Polícia Civil foram novamente atrás destas testemunhas. Elas foram encontradas fora do Estado e admitiram ter mentido no primeiro depoimento porque tinham sido ameaçadas por João Lucélio. Ele foi preso em Belo Jardim e levado para a sede do Grupo de Operações Especiais (GOE). No dia 10 de dezembro de 2008, cometeu suicídio dentro da cela, antes mesmo de ser interrogado pelo Ministério Público.

No entanto, a investigação já havia descoberto o envolvimento do grupo de extermínio no crime.

O soldado PM Holanda foi assassinado em 2003 em crime ainda em investigação, mas cujos principais suspeitos são “Lúcio da Bomba” e José Lucélio. Ele teria sido vítima de queima de arquivo praticada pelos próprios colegas do grupo de extermínio.

GRUPO DE EXTERMÍNIO  “THUNDERCATS”

Durante as investigações, o MPPE e a Polícia Civil ouviu 136 depoimentos e recolheu provas materiais que compõem um inquérito com oito volumes e 1.848 páginas, onde conseguem estabelecer a motivação do crime e a ligação entre José Aderval e o grupo de extermínio Thundercats, responsável pela execução.

Além de Aderval e o seu ex-funcionário, Alberto Carlos da Silva três integrantes do grupo de extermínio foram relacionados ao processo: Emilson dos Santos Davi, Lúcio Pereira da Silva e João Lucélio do Nascimento. Todos já haviam sido presos e libertados por falta de provas. Para a polícia, agora, não nenhuma dúvida da participação de todos no crime.

Dos cinco homens acusados de participação na morte da promotora de justiça, um já estão preso por outros crimes, dois morreram e outros dois, estavam em liberdade: o viúvo da vítima e o ex-funcionário dele, que teria intermediado a negociação com o grupo de extermínio.

Fonte e foto:  Imprensa 1

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