quinta-feira, 4 de maio de 2023

DOS ANOS DOURADOS À DECADÊNCIA - ARTIGO DE AUTORIA DE EDGARD MENEZES.


Nasci em 1964 até 1990, vivi a época de ouro do Brasil, a melhor escola pública de todos os tempos, não existia bullying, pois todos apelidavam uns aos outros e a vida seguia em frente, as raras escolas particulares que existiam eram para alunos que não queriam estudar, nós chamamos de PP (pagou passou).

Eu ia para as discotecas ou shows, para dançar e paquerar, bebia uma dose de cuba-libre ( rum com coca cola ), para dar coragem de chamar as garotas pra dançar e elas aguardavam esse momento ansiosas.

Hoje em dia os jovens vão para as baladas, os homens não vão paquerar, vão beber e se drogar e as mulheres por sua vez não querem ser paqueradas, vão ralar a checa no chão.

Lembro bem quando eu me deslocava do bairro 18 do Forte, onde eu residia para ir aos shows no Constâncio Vieira, ia e voltava de madrugada e nem uma mosca me incomodava, também não via tantos moradores de rua, naquela época o povo preferia trabalhar.

Importante relatar que menores de idade podiam trabalhar com carteira assinada, aos quatorze anos de idade eu comecei a trabalhar fichado, como falamos à época, sem prejuízo do estudo.

Não existia nenhum tipo de bolsa preguiça, quem mantinha a família era o homem com a ajuda da esposa, e não o Estado brasileiro. 

Também era gostoso chamar o amigo de negão, até mesmo se fosse branco ou de camarão quando era muito branco e era normal.

Final de semana eu ligava minha radiola e tocava um LP de Roberto Carlos no volume máximo, então o vizinho gritava, " vizinho, aumente o volume, gosto demais de Roberto ", nós dias de hoje lotam o setor de chamadas da polícia de reclamação.

E no carnaval, praça do povo, Iate Clube, Cotiguiba, Clube do Vasco e as charangas pelas ruas.

Mas atualmente se tocar o som um pouco mais alto, vão o cachorro e o dono para o psicólogo com transtorno psicológicos o pet não pode ouvir música alta.

Também tinha gay, que só queria ser gay e pronto, tinha lésbica que queria ser lésbica, Clodovil sempre dizia que se orgulhava de ser  ser humano e que ser gay era a opção sexual dele, Rogéria, era uma transformista da época, também não fazia nenhum tipo de lacração devido sua opção sexual e Roberta Close, foi o primeiro trans do Brasil, fez mudança de sexo e ficou no seu canto, nunca impôs sua condição para outras pessoas.

Resumindo, vivi anos dourados, sem lacração, feliz porque pude viver os dois momentos do Brasil, o de ouro o qual até hoje tenho belas recordações e o atual lixo que se tornou nosso país.

Porém sinto uma tristeza muito grande porque meus filhos e netos só conhecerão esse Brasil da corrupção, do vandalismo e da lacração.

Artigo escrito por Edgard Menezes

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