sexta-feira, 26 de maio de 2023

SAÚDE MENTAL E O PREÇO DO FUTURO.


As autoridades de saúde do mundo inteiro estão preocupadas com o avanço dos distúrbios mentais em crianças e jovens. As doenças mentais também têm atingido jovens adultos e pessoas idosas.

A primeira observação é que atualmente se tem mais informações e o aumento de diagnósticos podem ser a razão do número crescente de casos. Diametralmente oposto é o aumento de clínicas de atendimento de saúde mental. Os Centros de Atendimento Psicossocial – CAPS não são suficientes e nem possuem estrutura para atender de dependentes químicos a portadores de distúrbios do espectro autista, síndrome de Dow, esquizofrenia, transtornos de personalidade, psicopatias e sociopatias, a título de exemplo.

Faltam profissionais multidisciplinares e médicos especialistas como psiquiatras e neurologistas. Faltam medicamentos modernos para os transtornos diagnosticados e os pacientes terminam vítimas dos tranquilizantes que terminam criando uma nova dependência e não resolvem e nem controla adequadamente sintomas e consequências das doenças.

Paralelamente há uma demanda importante como a desinternação de pacientes com transtornos mentais, tratados na maioria das vezes da mesma forma do século XIX, excluídos e invisibilizados pelas famílias e pela sociedade, jogados em instituições que violentam direitos básicos e fundamentais das pessoas portadoras de deficiências.

Uma questão se coloca urgente: para isto acontecer de forma humanizada e respeitosa de cuidar dessas pessoas será indispensável a existência de políticas públicas que atendam as demandas nas áreas de saúde e social. Caso contrário, teremos novos problemas na integridade física dos doentes e seus familiares e também o seu círculo social, a exemplo dos casos de violência de portadores de esquizofrenias e de transtornos de personalidade. Há de se considerar que a desigualdade social e econômica também tornará mais vulneráveis essas pessoas e suas famílias.

A segunda questão é com relação aos cuidados com as crianças e os adolescentes com problemas de saúde mental. Até que ponto as famílias e as escolas estão preparadas para uma escuta ativa que possa perceber que alguma coisa não vai bem?

Os recentes acontecimentos violentos praticados por crianças e jovens no ambiente escolar e também familiar não podem ser naturalizados, como de resto tem se normalizado o ambiente de violência no país e no mundo.

A violência não é o estado normal de sociedade civilizada. Ao contrário, a violência é a manifestação de uma doença grave que ameaça a todos e em qualquer lugar, independentemente de qualquer classe social e das condições econômicas.

A falta de políticas públicas efetivas, não apenas manuais de autoajuda e de esclarecimentos mais baratos e pouco eficazes, estes podem ser utilizados como apoio. Falo da destinação de recursos financeiros e humanos articulados com todos os entes federativos e da decisão política em dizer não à barbárie, e sim, à civilidade.

Artigo do autoria do Juiz José Anselmo de Oliveira cuja foto ilustra a matéria

Fonte:  AJN1

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