terça-feira, 2 de outubro de 2012

POLICIAIS ACUSADOS DE MOTIM COMPARECEM A AUDIÊNCIA.

Na ocasião, motorista do microônibus disse estar sem CNH


Policiais são acusados de motim durante o Pré-Caju (Fotos: Portal Infonet)

Aconteceu na manhã desta terça-feira, 2, no auditório da 6ª Vara Criminal do Fórum Gumersindo Bessa, uma audiência de instrução com policiais militares acusados de fazer motim no período do Pré-Caju. Eles se negaram a se deslocar até a capital sergipana alegando que os veículos estavam irregulares e que o motorista apresentava sinais de embriaguez. O depoimento do sargento Reis [que à época foi buscar os militares em um microônibus] chamou a atenção: ele está com a Carteira Nacional de Habilitação retida no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) há três meses e não soube precisar desde quando possui a CNH categoria D.
Segundo o presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), Edgard Meneses, não se justifica punir policiais que quiseram cumprir a legislação de trânsito e não aceitaram viajar em veículos irregulares. “Eles prezaram pela segurança e pelo cumprimento da lei. Quem deveria estar sendo punido era o responsável pela fiscalização dos contratos dessas viaturas que estão com o licenciamento vencido”, destaca lembrando que se todos tivessem vindo dar suporte à prévia, os moradores de Lagarto ficariam inseguros.
Policiais foram acompanhados por representantes da Amese
Na ocasião, o sargento Rezende, que estava de serviço na noite do episódio em Lagarto, contou que os seis policiais alegaram que não poderiam vir até Aracaju, porque os dois veículos da marca gol, estavam irregulares.
“Eles chegaram a arrumar as mochilas e esperar a chegada de um microônibus, mas quando o sargento Reis chegou guiando o veículo, eles perceberam que havia irregularidades na placa e também não vieram porque estava em desacordo com o código de trânsito”, relata.
Edgard Menezes: "Policiais prezaram pela segurança e cumpriram a legislação"
A juíza perguntou se ele havia se oferecido para trazer os policiais no carro dele [sargento Rezende] e ele respondeu que sim. “Eu me ofereci, mas não dava para trazer os seis, foi quando o coronel Sérgio deu a ordem de prisão”, conta. Quando a juíza perguntou se ele percebeu se o motorista estava embriagado, ele respondeu: ‘Ouvi comentários de que o coronel Reis estava embriagado, mas não percebi nada’.
Sem CNH
O motorista do microônibus, o sargento Reis, contou à juíza Ana Paula Freitas que estava trabalhando na garagem das viaturas em Aracaju, fazendo o abastecimento, quando recebeu ordem do Coronel Robson para que se deslocasse até a cidade de Lagarto para ir buscar os seis militares, já que os dois veículos estavam com o emplacamento atrasado.
“Eu estava de serviço, mas a escala foi verbal. Trabalhei das 16h às 19h e depois fui para Lagarto. O microônibus estava com licenciamento em dia, só a placa não era original do veículo, era só o prefixo da PM. Todas as viaturas são identificadas pelas placas institucionais”, explica negando ter ingerido bebidas alcoólicas.
O motorista foi indagado pelo advogado dos policiais, se possui CNH e ele disse que no momento não. “Tirei a carteira há 15 anos, mas está retida há mais de três meses no Detran porque tenho que entrar na auto-escola”, destaca sem saber precisar quando adquiriu a CNH categoria D.
“O que a gente teve a informação na época e o que já juntamos evidências é de que ele não é e não era habilitado. A gente oficiou ao Detran para que ele traga essa informação, confirmando isso, vai ser confirmada mais uma ilegalidade dentro da própria Polícia Militar. Um motorista de microônibus, de veículo coletivo, não habilitado”, esclarece o advogado Valério Fernandes.
Uma nova audiência ficou marcada para o próximo dia 8 de novembro.
Fonte:  Infonet (Aldaci de Souza)



Um comentário:

  1. Sinceramente a magistrada não deveria ter aceitado essa denúncia,mas agora quem sabe ela enxergue o vexame que aquela dupla prepara para ela.
    Olha, eu não sei,mas deve haver algo que fale na lei sobre denúncia caluniosa por parte do ministério público. Tem que amiudar para ver o que se pode fazer contra esses dois. Sei que esse é o país do ' tá tudo dominado', mas Eliana Calmon e até o próprio STF estão sinalizando que isso já não é uma verdade absoluta.

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