sexta-feira, 1 de novembro de 2019

SAI DA "MOITA" BELIVALDO! INSTABILIDADE NA POLÍCIA CIVIL PODE AUMENTAR VIOLÊNCIA EM SERGIPE.


O impasse criado entre delegados da Polícia Civil e agentes e escrivães é um assunto muito sério e que precisa ter a atenção do governo do Estado, do Ministério Público Estadual e dos demais órgãos fiscalizadores. Este colunista não tem os números oficiais em mão, mas “coincidentemente”, a sensação de insegurança voltou a crescer em Sergipe nas últimas semanas. A discussão sobre o Projeto Oficial da Polícia Civil (OPC) – condenado pelo primeiro grupo e defendido pelo segundo – saiu do campo “burocrático” e tem sido uma “constante” dentro dos Distritos.

Este colunista tenta aqui manter a maior isenção possível, em respeito à boa informação e às categorias, mas quem “chegou para resolver”, infelizmente, não tem tomado qualquer providência. O governador Belivaldo Chagas (PSD), em entrevista à FAN FM, essa semana, confirmou que assumiu o compromisso com os agentes e escrivães, ainda na campanha eleitoral em 2018, mas agora apresenta um “contra-argumento”: não quer ser o “pioneiro” no Brasil! Ou seja, pressionado pelos delegados, o chefe do Executivo opta pela omissão temporária, esperando que “alguém” resolva por ele...

Como disse antes, este colunista não vai defender “lado A” ou “lado B”, até porque entende e respeita o direito das classes de lutarem e reivindicarem suas melhorias. A cobrança aqui é para quem “tem a caneta nas mãos” para decidir! Aliás, Belivaldo iniciou o ano dizendo que naquele momento estava começando sua gestão de fato, porque só ali ele estava respondendo pelo governo, sendo que “estranhamente” ele já estava no Poder desde abril de 2018. E, como perguntar não ofende jamais, por que agora, sentado na cadeira, o “galeguinho” não resolve?

Enquanto o governador faz “ouvido de mercador”, a disputa entre as categorias sobre o OPC está contribuindo sim para gerar instabilidade na estrutura da Segurança Pública. E a culpa não é das partes, mas de quem se omite! A Polícia Militar, inclusive, também já está envolvida nesta discussão, tanto que alguns segmentos já “tomaram partido” nesta disputa. E o reflexo dessa “divisão” vem sendo sentida no cotidiano dos sergipanos. O crime voltou a crescer, a “ganhar corpo”. Os registros de assaltos seguem altos e os homicídios estão acontecendo diariamente.

Só em Itabaiana, por exemplo, em menos de 48 horas, foram registrados três assassinatos no município. Em Campo do Brito um jovem foi “abatido” dentro de um lava-jato na região central da cidade. É bem verdade que a Polícia Militar, através dos seus diversos grupamentos, tem atuado ostensivamente contra o crime e tem abatido diversos bandidos que insistem em confrontar a autoridade policial. Mas é inegável que, com delegados, agentes e escrivães em conflito, dividindo suas atenções com o OPC, fica uma preocupação com o crescimento dos registros de violência.

Em síntese, a coluna reforça: delegados, agentes e escrivães têm todo o direito de reivindicarem melhorias e de defenderem a estabilidade de suas funções. O governo do Estado é que não tem o direito de ficar omisso! Os órgãos fiscalizadores também precisam agir, cobrar do Executivo por respostas rápidas, porque quando se trata do crescimento da violência, dos registros de homicídios, não é exagero dizer que vidas estão em jogo e que o cidadão comum é quem pode ficar exposto em meio a essa crise institucional. É hora de sair da “moita” galeguinho...

Fonte:  coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte

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