segunda-feira, 11 de maio de 2020

COM RISCO DO COVID-19 PARA ATÉ JULHO, ANO LETIVO ESCOLAR FICA COMPROMETIDO!


Tão importante quanto a preservação da saúde e dos empregos, e muito além de defender a “democracia” com as eleições municipais, em meio à luta contra a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), está o futuro da nossa rede pública de ensino. Com o novo levantamento do Ministério da Saúde, chamando a atenção para os riscos de contaminação entre os meses de maio, junho e julho, não é nenhum exagero já prever que o ano letivo escolar em 2020 está bastante comprometido.

E aqui não se trata de “achismo”! Se as autoridades competentes alertam para o risco de contaminação nesses três próximos meses, por mais que algumas atividades econômicas voltem a funcionar gradativamente, é certo que as unidades de ensino, em especial da rede pública, só retornarão suas atividades presenciais entre os meses de agosto e setembro, se a pandemia já estiver completamente controlada. Caso contrário, esta atividade, assim como o setor de turismo, por exemplo, será uma das últimas a ser restabelecida.

E são vários fatores em jogo: quando as autoridades liberarem o retorno às aulas presenciais, alguns pais vão ter receio de enviarem seus filhos para a escola, em um primeiro momento (isso vale tanto para a rede pública quanto para a privada); outro ponto é como manter qualquer regra de isolamento entre crianças e adolescentes, convivendo manhãs, tardes ou noites, semana após semana, em um mesmo ambiente?

Outro ponto muito questionado e que, mesmo não sendo o mais relevante, deve ser levado em consideração: com o ano sendo “continuado” em agosto ou setembro, quando terminará o atual ano letivo? Como teremos Enem? E mesmo que se defenda o ensino virtual, por mais que ele ganhe a adesão neste momento de pandemia, não precisa ser especialista para se conscientizar de que a qualidade de ensino e o próprio rendimento dos nossos alunos não é o mesmo do que na sala de aula.

Nosso País ainda não está preparado para essa mudança cultural, para o uso da tecnologia no se refere ao ensino de crianças e adolescentes. Se muitos alunos da rede privada sentem dificuldades, imagine os da rede pública? Num País onde muitos pais mandam seus filhos para a escola por conta da merenda, para se alimentarem, como garantir essa “interação”, essa “adesão”? Nosso País ainda é bastante desigual, se brincar a maioria não tem um computador e há até quem não tenha acesso à internet. Como garantir a conclusão do atual ano letivo escolar com essa “tecnologia sem inclusão”?

Antes muitos governadores e prefeitos estimavam a volta do ensino público entre meados de Maio e começo de Junho. Agora já é praticamente certo que antes de agosto não teremos alunos em salas de aula no País! E qual será a solução? Promover um “trem da alegria” e conceder um bônus de aprovação para todo mundo? Como garantir a transmissão de todo conteúdo em um prazo bastante diminuto? Assim como o adiamento das eleições, o ano letivo escolar fica cada vez mais comprometido com o passar do tempo. Certamente que os próximos livros de História trarão um capítulo especial sobre o “pós-pandemia”…

Fonte:  coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte

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