sexta-feira, 15 de maio de 2020

"LOCKDOWN" COMPROMETERÁ SALÁRIOS DE EFETIVOS E COMISSIONADOS DO SERVIÇO PÚBLICO.


Tudo que é importado do Sul do País ou do exterior vira “modinha” em Sergipe! Em meio à pandemia contra o novo coronavírus (COVID-19), quando o governador Belivaldo Chagas (PSD) e muitos prefeitos municipais estão emitindo decretos orientando a população a ficar em casa, aderindo ao “isolamento social”, eis que alguns setores, órgãos e até parte da imprensa “vende” a necessidade de um “Lockdown” em todo o Estado, pelo prazo mínimo de oito dias, podendo ser estendido. Em alguns países do mundo essa “interrupção total” durou semanas...

Tem muita gente indo às redes sociais defender o tal “Lockdown” sem nem saber do que se trata de fato, mas repete como “papagaio” como se fosse uma espécie de “salvação” antes o coronavírus. Na Alemanha, por exemplo, com um sistema de Saúde eficiente e já instalado há vários anos, seus hospitais chegaram a receber pacientes de outros países vizinhos, além de contar com um forte sistema de testagem. Uma realidade completamente diferente da que encontramos no Brasil, em vários aspectos, inclusive quanto à qualidade de vida.

Como fazer um “Lockdown” no Brasil já com cerca de 13 milhões de desempregados até março passado? Como vão sobreviver os milhões de trabalhadores informais que precisam “vender o almoço para comprar a janta?”. E como defender essa “interrupção de emergência” em Sergipe, num Estado onde os servidores públicos estão há sete anos sem reajuste, com o 13º parcelado, com os aposentados e pensionistas agora tendo que contribuir com 14% para a Previdência Social, com o governo devendo a fornecedores e sem recursos próprios para contrapartidas?

Como defender um “Lockdown” em um Estado que hoje é extremamente refém da ajuda do governo federal e que, desde o início do isolamento social, tem visto suas arrecadações com impostos praticamente sucumbirem? Não fosse a ajuda federal que já passa da ordem de R$ 400 milhões, o governo de Sergipe possivelmente já estaria muito próximo de decretar “falência” de suas receitas! De março para abril, o percentual de trabalhadores que deram entrada no seguro-desemprego ultrapassou a marca de 40%, ou seja, é ou não é um cenário de “demissões em massa”?

Defender o “Lockdown” em Sergipe, a depender do período, vai terminar de “esfacelar” parte da cadeia produtiva do Estado! E isso não é “terrorismo”! É a constatação de quem está acompanhando, mesmo de fora, as finanças do governo. O setor privado, que já não se sustenta, tende a entrar em colapso! Mas essa “interrupção” que vem sendo defendida por alguns setores também vai atingir em cheio quem atua no serviço público. Já tem prefeito do interior sergipano ou atrasando ou decretando a suspensão do pagamento dos salários dos trabalhadores que estão em casa até 45 dias!

A conta é fácil: se com boa parte do comércio fechado, a arrecadação do Estado desabou, com o “Lockdown” vai faltar dinheiro, por exemplo, para pagar os salários do funcionalismo público, seja ele efetivo ou comissionado, do Executivo, mas também do Judiciário, do Legislativo e dos órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Defensoria Pública, por exemplo! No mínimo haverá um bom atraso nos repasses dos duodécimos para os outros poderes. Em síntese, estaremos afundados em uma crise sem precedentes. Esta é a verdade...

Veja essa!

Quem ainda discordar da realidade apresentada neste comentário, veja a coluna anterior: o governo de Belivaldo e Eliane Aquino (PT) criou o programa social “Cartão mais Inclusão”, que versa sobre um benefício de R$ 100, durante o período de quatro meses, podendo ser prorrogado por mais quatro meses, para famílias de baixa renda.

E essa!

Para este colunista e para muita gente a ajuda, mesmo insuficiente, ainda é válida! Mas das 36 mil pessoas projetadas, o governo anunciou que iniciaria ajudando 24.989 pessoas, mas na prática essa ajuda só chegou para 16.232 sergipanos de baixa renda, que não chega nem perto de 1% da população do Estado.

Pressão por Lockdown

Há uma pressão muito forte de alguns setores para o governador promover o Lockdown. Setores públicos que poderiam, inclusive, terem ajudado mais com ajuda financeira para a ampliação de leitos e UTIs. Como promover um “isolamento radical” se o que está sustentando muitas famílias ainda é o “suado” auxílio de R$ 600 das “intermináveis” filas na Caixa Econômica?

Terror tem que parar

Alguns setores que têm mais acesso à população precisam convencer sim as pessoas a respeitarem as regras de isolamento social; quem tiver que sair, deve manter as medidas sanitárias de segurança, mas é preciso parar de “tocar o terror”! A estratégia da mídia de “focar nas mortes” já não assusta tanto. A prova é a baixa adesão à quarentena...

Belivaldo na Fazenda I

A decisão do governador de aderir ao isolamento social em sua fazenda em Simão Dias, não é nenhum crime, é verdade, mas como “comandante do Estado”, se ele não está infectado com a Covid-19, se seu resultado deu negativo, o “galeguinho tem que dividir essa felicidade com os sergipanos que lhe elegeram em 2018 e querem vê-lo na capital, mais precisamente no Palácio, despachando e dando a direção....

Belivaldo na Fazenda II

A coluna vai respeitar o momento do governador, enquanto cidadão, que mesmo negativado, está seguindo o protocolo médico, as regras de isolamento. Mas não se pode negar que, os rumores de casos confirmados em seu entorno, despertam muitas especulações. Verdadeiramente não é fácil governar um Estado nestas condições...

Fonte:  93 Notícias (Habacuque Villacorte)

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