terça-feira, 26 de maio de 2015

GOVERNO DIZ QUE NÃO TEM CONDIÇÕES DE REAJUSTAR SALÁRIOS DOS SERVIDORES, MAS ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA VAI CRIAR AGÊNCIA E MAIS CARGOS PARA JACKSON BARRETO.


O Governo de Sergipe precisa retomar o “leme” e apresentar resultados efetivos para a sociedade como um todo. Existem problemas pontuais na Saúde, Educação e Segurança Pública que parecem sem solução. A Ação Social deste governo, principalmente nesses períodos de enchentes, parece não ser tão efetiva. O Detran, sob nova direção, tenta se reerguer de um esquema de corrupção, a Deso tenta sobreviver a tamanho sucateamento. É uma estrutura administrativa inchada e extremamente política. O Governo de Sergipe é carentes de técnicos e de gente que tenha projetos que, a médio ou longo prazo, representem desenvolvimento e qualidade de vida para as futuras gerações.

Empolgado, vibrante e determinado, Jackson Barreto deu “sobrevida” a uma administração “cansada” de dezembro de 2013 até atingir sua reeleição, em outubro de 2014. Incansável o governador viajava, quase que todos os dias, conversava com todo mundo, estava focado exclusivamente em resolver os problemas de Sergipe. Viajava a Brasília (DF) e sempre trazia na bagagem novos investimentos, dinheiro contraído de empréstimos para obras e outras benesses. O momento era tão positivo que, nas urnas, Jackson obteve uma vitória massacrante e inquestionável. Mas os bons momentos passaram. O próprio JB se perdeu quando, já reeleito, tripudiou sobre seus adversários. É a velha história do “saber perder, e do saber ganhar”.

O Governador de Sergipe se deparou diante de uma crise financeira que, coincidentemente, só veio a tona depois da eleição. Os salários dos servidores pela primeira vez foram parcelados e os atrasos foram surgindo. Os investimentos ficaram contraídos e a ajuda do governo federal cada vez menor. Sem receitas, o governo entrou em desespero ao ponto de JB exonerar todos os cargos comissionados da administração. Uma pena que tenha sido por decreto, sem transparência. Ao menos, sabe-se que ele já recontratou cerca de 2,5 mil pessoas, quando havia prometido que só chegaria a 30% do volume anterior. Mas, mesmo com tantas dificuldades, os salários dos servidores voltaram a ser pagos dentro do mês. Inclusive dos comissionados.

Mas ao mesmo tempo em que defende a importância do excesso de comissionados na administração, o governador vem a público e garante que não tem como reajustar os salários dos servidores efetivos tendo em vista que o governo atravessa uma série de dificuldades de ordem financeira. Em uma entrevista um tanto infeliz, o governador chegou a se comparara Jesus Cristo quando esteve na Terra, pelo fato de ter conseguido pagar os salários do funcionalismo, no mês anterior. Mas essa tese de “Estado quebrado” parece não convencer muito mais.  A começar pela nomeação do ex-prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), para o cargo de comissão de Assistente Técnico-Administrativo para Assuntos Especiais, na Casa Civil, com data retroativa a 1º de janeiro de 2015.

É isso mesmo leitor: Edvaldo está nomeado na Casa Civil, desde 1º de janeiro, para “pensar” a instituição da Agência Reguladora de Serviços de Sergipe (Agrese) que ainda não existe! A Agrese, que tramita desde 2009, parece que agora vai sair do papel e, esta semana ainda, os deputados estaduais devem aprovar a indicação dos membros do Conselho Superior da Agência, sendo três indicações do governador e duas da Assembleia. Em síntese, com finalidade bastante questionável, a Agrese chega em um momento difícil, de crise financeira conforme relata o governador, mas que cria na administração mais 67 novos cargos comissionados na estrutura administrativa do governo, além dos cinco conselheiros.

Não se trata da “crítica pela crítica”, mas é inconcebível que, no momento em que o governo deveria focar suas forças para cortar gastos da administração, para “apertar o cinto” e tentar reajustar algo no salário dos servidores, ele cria mais cargos comissionados? E onde está a oposição? O deputado estadual Valmir Monteiro (PSC) já se manifestou contrário, mas e os sindicatos? E os representantes de classes? Como bem diz o vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB), todo administrador público tem que saber separar o que é importante do que é fundamental. Pelo visto, para Politizando, por mais que essa tal Agência Reguladora venha ter sua importância no governo, certamente que o salário do funcionalismo, neste momento de instabilidade econômica que o País atravessa, acaba sendo fundamental.

Fonte:  Faxaju (coluna politizando do jornalista Habacuque Villacorte)

Nenhum comentário:

Postar um comentário