quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE NEGA LIBERDADE A ACUSADO DE MATAR DELEGADO.


A Câmara Criminal do  Tribunal de Justiça de  Sergipe (TJSE) negou ontem o pedido de habeas-corpus impetrado pela defesa de Anderson Santos Souza, acusado pelo assassinato do delegado de polícia Ademir Melo Júnior. O réu está preso desde o dia 9 de agosto de 2016 e, segundo a polícia, teria matado a vítima enquanto tentava roubar o seu telefone celular, em 18 de julho do mesmo ano, na Alameda das Árvores, bairro Luzia (zona sul). Anderson nega as acusações e alega, através de seus advogados, que o vídeo usado pela polícia como prova do crime, gravado a partir de câmeras de segurança instaladas no local do crime, teria sido editado para incriminá-lo.

Os desembargadores da câmara mantiveram a prisão preventiva do réu, mas acolheram parcialmente o pedido da defesa e ordenaram a suspensão do processo que tramita na 5ª Vara Criminal, até que seja juntada aos autos a íntegra de todos os vídeos originais que gravaram imagens do local onde o crime aconteceu, naquele horário. Estas gravações, sem nenhum tipo de edição ou corte, devem ser entregues ao juízo responsável pela Polícia Civil e podem passar por perícia. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o delegado responsável pela investigação aguarda ser notificado oficialmente de decisão. 

"Agora, o processo só vai voltar a andar a partir do momento que a polícia juntar as imagens coletadas nos prédios nos arredores do local onde aconteceu o crime. Essas imagens é que podem ou não declinar a autoria do homicídio", disse o advogado Aloísio Vasconcelos, à saída da sessão. A defesa afirma ainda que o processo já entrou na fase das alegações finais, mas, até o momento, o réu tem se negado a falar sobre o processo, mesmo com os advogados, e invocou o direito ao silêncio quando foi interrogado pelo juiz da 5ª Vara. 

A real motivação da morte de Ademir é questionada até mesmo pelos irmãos do delegado e pelo Ministério Público, que apontam para a possibilidade de ele ter sido vítima de um homicídio ordenado e planejado. O promotor Rogério Ferreira, que atua no processo, também alegou "imprecisão" nas imagens feitas pela polícia e igualmente pediu a íntegra das imagens. A Polícia Civil e a esposa de Ademir, por outro lado, entendem que ele foi vítima de um latrocínio, ou seja, o réu tentou roubar o celular do delegado e acabou atirando contra ele. 

Fonte:  Jornal do Dia (Gabriel Damásio)

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